Foto: Clara Milosk


Atores petropolitanos participam do espetáculo


PETRÓPOLIS - O Centro Cultural Sesc Quitandinha tem o prazer de convidar para a estreia do espetáculo “Rádio Quitanda”, nos dias 26, 27 e 28 de janeiro de 2024, e 2, 3 e 4 de fevereiro de 2024. Escrito pela premiada dramaturga Márcia Santos especialmente para a programação da exposição “Da Kutanda ao Quitandinha – 80 anos”, e com direção do também premiado Édio Nunes, o espetáculo inédito conta a história do local usando dois tempos: o presente, em que uma trupe teatral ensaia uma peça, e o passado, com notícias e as músicas que fizeram sucesso ao longo dessas oito décadas.  Os dez atores – entre eles quatro dançarinos – e os três músicos que integram o espetáculo são negros e mestiços, e moradores de Petrópolis. As apresentações aos domingos contará com intérprete de LIBRAS.

 

Márcia Santos conta que com o convite para escrever a peça, ela precisou encarar o desafio de colocar em pouco mais de uma hora – a duração é de 75 minutos – os 80 anos do Quitandinha. “Surgiu então no processo a ideia da Rádio Quitanda, que serve de ligação entre a Kutanda e o Quitandinha”, diz.  “A Rádio é a ferramenta para o público localizar cada época no decorrer da peça, com notícias que marcaram cada tempo. Exemplos são as mortes de Getúlio Vargas em 1954, e em 1972 a de Joaquim Rolla, o empreendedor visionário que criou aquele gigantesco palácio em 1944, e fez coisas ousadas como trazer de Hollywood a importante cenógrafa Dorothy Draper, ou descarregar toneladas de areia de Copacabana para construir uma praia artificial em volta do lago”, comenta Márcia Santos. “É a passagem dessas décadas até se chegar ao Centro Cultural Sesc Quitandinha”.

 

Para abordar importantes temas atuais, como a luta pela valorização da negritude, ou combate à violência doméstica sofrida pelas mulheres, a peça parte de uma trupe de teatro que ensaia um espetáculo sobre o Quitandinha. E é na dinâmica dos atores nesses ensaios que os assuntos surgem, como os quase inexistentes registros de profissionais negros que trabalharam naquele espaço, esta invisibilidade em contraste com os nomes célebres. “É um metateatro”, observa a dramaturga.

 

Márcia Santos destaca que ao ser convidada para escrever uma peça de teatro para a exposição “Da Kutanda”, ela “vinha de um processo de trabalho junto com Édio Nunes, que dirigiu em 2022 as montagens de “Luiza Mahin – Eu Ainda Continuo Aqui” e “Joãosinho e Laíla – Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”.

 

Édio Nunes fala que o processo criativo com Márcia Santos “é bem diferenciado, porque somos amigos há quase vinte anos, e este é nosso quinto projeto em que estamos juntos, e graças a deus com êxito”. “Conversamos muito, partimos da ideia dos invisíveis, dos negros, a trupe teatral. E vamos discutindo o espetáculo, como vamos contar, e já vou visualizando um pouco a peça. Depois, ela parte para a pesquisa e traz o texto pronto, com as cenas que já tínhamos imaginado já marcadas, como uma série e seus episódios, com entradas e saídas. Então se torna muito mais fácil para mim, e já vou criando em cima da cena, e no processo podemos até alterar a ordem de cenas. Ela me deixa muito à vontade”. “Apenas em ‘Luiza Mahin’ Márcia já me mostrou o texto pronto. Nos demais fizemos desse jeito”.

 


Confira a data e horário das apresentações:

26 e 27 de janeiro de 2024, às 19h

28 de janeiro de 2024 (domingo), às 17h

2 e 3 de fevereiro de 2024, às 19h

4 de fevereiro de 2024 (domingo), às 17h

Aos domingos, a peça terá intérprete de LIBRAS

Entrada gratuita

Classificação: livre


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