PETRÓPOLIS - O projeto de Extensão Comunitária liderado pelo Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), no Vale do Carangola, foi destaque na Escola de Verão da União Latinoamericana de Extensão Universitária (ULEU), na Argentina, na última semana. O trabalho, iniciado em 2014, foi o único projeto de extensão brasileiro a ser apresentado no encontro, que contou com a participação de representantes de países da América Latina.
O coordenador de Projetos e Extensão da UNIFASE/FMP, Ricardo Tammela, destacou
a importância de uma abordagem centrada nas necessidades da comunidade para
promover transformações sociais significativas, enfatizando o diálogo, o afeto
e a solidariedade. "A participação da UNIFASE/FMP no evento da ULEU é
muito relevante, especialmente por ser a única instituição brasileira a
participar do debate sobre extensão crítica. Esse encontro proporcionou trocas
de experiências entre instituições de ensino superior, fortalecendo o
compromisso com o desenvolvimento social e a busca por alternativas para
melhorar a qualidade de vida, especialmente em regiões historicamente
desfavorecidas", detalhou.
A Escola de Verão ULEU é uma proposta de formação extensa que propõe uma
experiência teórico-prática sob um conceito de extensão crítica. Este encontro
permite, entre outras coisas, estimular o diálogo entre as instituições de
ensino superior da América Latina e, assim, fortalecer as capacidades
institucionais em torno do compromisso com o desenvolvimento social em
territórios influentes, enfrentando as desigualdades históricas que afligem as
comunidades e gerando novas alternativas para melhorar a qualidade de vida da
população.
"Pesquisamos um jeito de fazer a extensão pela escuta, pelo diálogo que cuida, que abraça, que liberta essas pessoas dessa relação de subalternidade que acontece entre a universidade e os indivíduos com os quais se relaciona. Nesse caminho que fizemos, apresentamos o Vale do Carangola e o cotidiano, cheio de vida do povo que mora lá. É uma narrativa construída por eles, que se torna ainda mais importante quando pensamos que vivemos em um país marcado pela desigualdade, pela violência, pela escassez e pela ausência. São 'gentes' refugiadas e refugiados dos desastres que acontecem na cidade, esquecidas das políticas públicas, mas que resistem, reexistem e, diante de suas situações limites, inventam seus inéditos viáveis para dar conta da vida. Chamamos isso de uma extensão sentipensante", frisou Tammela.
Docente da área de Projetos e Atividades de Extensão da UNIFASE/FMP, Gleicielly
Zopelaro Braga propôs a união das Instituições de Ensino Superior para a
construção conjunta de um projeto de extensão em um mesmo campo, em que cada
uma delas, em seus territórios, pudesse desenvolver a proposta e compartilhar a
experiência, de forma a ampliar o debate sobre as iniciativas apresentadas no
encontro.
O projeto da UNIFASE/FMP no Vale do Carangola envolve alunos e professores de
diversos cursos, como Medicina, Nutrição, Enfermagem, Psicologia e
Administração. Cerca de 4.500 pessoas são beneficiadas diretamente pelas
atividades desenvolvidas.
"Pensar uma extensão com essa substância do olhar para as necessidades de
uma comunidade, é pensar uma universidade diferente. É pensar uma extensão
potencializadora da transformação social, através das transformações que
acontecem nas miudezas da vida. Uma extensão que constrói suas ações junto com
as gentes das classes populares, através das pistas que vão sendo recolhidas
quando os encontros com essas gentes acontecem e através desses encontros, o
diálogo amoroso, o afeto e a solidariedade na luta por um mundo mais bonito.
Refletir em conjunto com outros profissionais, de diferentes países, sobre
realidades semelhantes, nos ajuda também na condução e avaliação das práticas
realizadas, além de fornecer novos elementos para reflexão sobre o real papel
da Extensão Universitária, em seu potencial de transformação", salientou
Ricardo Tammela.
Além de atender aos requisitos do Ministério da Educação, o projeto de extensão
da UNIFASE/FMP também está alinhado com alguns Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável da ONU, como a erradicação da pobreza, segurança alimentar,
promoção da saúde e bem-estar, entre outros. "A abordagem do trabalho no
Vale do Carangola prioriza a integração dos conhecimentos acadêmicos com os
saberes locais, resultando em ações e estratégias que têm um impacto positivo
na vida das pessoas. Essa relação afetiva com a comunidade é o princípio
fundamental que guia a presença da UNIFASE/FMP na região", finalizou.
Postar um comentário
Gostou da matéria? Deixe seu comentário ou sugestão.