PETRÓPOLIS - A endometriose é
uma condição ginecológica que pode causar muitas dores e, até mesmo, afetar a
vida reprodutiva das mulheres. Nos últimos anos, houve um aumento exponencial
no interesse sobre a doença, tanto em publicações científicas médicas como em
redes sociais e conversas cotidianas. Alguns especialistas alertam, inclusive,
para a utilização do termo de forma indiscriminada que pode gerar um certo
“modismo” em torno da condição. Com a chegada do mês da mulher, a ginecologista
e obstetra do Hospital Santa Teresa, Dr. Diane Leite, explicou um pouco mais
sobre o problema.
A fisiologia da endometriose
envolve a presença de um tecido que reveste internamente o útero. Esses focos
podem se desenvolver em várias áreas do corpo, incluindo trompas, intestino,
bexiga, pulmão e diafragma. A origem precisa da patologia ainda não é
totalmente compreendida, embora já existam algumas teorias.
O tratamento para a doença
passou por mudanças significativas ao longo do tempo. Antigamente, o foco era
exclusivamente cirúrgico, mas hoje existem diversas opções, desde dispositivos
intrauterinos (DIU) e terapias hormonais até tratamentos cirúrgicos, dependendo
do grau e do comprometimento da condição.
"É fundamental entender
que a endometriose é uma doença da fase reprodutiva da mulher, exigindo
sangramento para se manifestar. Portanto, o tratamento visa interromper esse
sangramento, seja por meio de medicamentos ou, em casos mais graves,
intervenções cirúrgicas", destaca a Dra. Diane Leite.
Além disso, a abordagem
multidisciplinar no tratamento desse distúrbio vem ganhando destaque. A
condição é considerada inflamatória e crônica e a nutrição desempenha um papel
crucial no alívio dos sintomas. Dietas anti-inflamatórias e a prática de
atividade física são recomendadas para melhorar a qualidade de vida das
pacientes.
"O tratamento da
endometriose hoje é multidisciplinar, incorporando não apenas a supressão da
menstruação, mas também a atenção à inflamação através da alimentação e do
exercício físico. A individualização do tratamento é essencial, pois existem
diferentes graus de endometriose, e cada paciente pode apresentar sintomas
variados", afirma a ginecologista e obstetra do Hospital Santa Teresa.
Embora a endometriose seja uma
condição da vida moderna, com diagnósticos mais acessíveis, há um alerta sobre
o excesso de diagnósticos, muitas vezes identificando casos que não causam
impacto clínico significativo. A compreensão da complexidade da endometriose e
a importância de tratamentos personalizados são fundamentais para proporcionar
o melhor cuidado às mulheres afetadas por essa condição.
O tratamento não apenas visa
aliviar sintomas dolorosos, mas também desafia conceitos relacionados à
fertilidade. O acompanhamento cuidadoso e a adaptação do tratamento para cada
paciente são cruciais para garantir o melhor resultado possível. Por isso, é
importante fazer visitas regulares a um especialista para acompanhar a condição
desde o início e acompanhar a sua evolução.
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