PETRÓPOLIS - O primeiro dado
deste ano sobre as vendas do comércio mostram um crescimento expressivo na
comparação com o mês anterior. De acordo com o IBGE, o avanço foi de 2,5% nas
vendas do comércio varejista em janeiro, a primeira medição de 2024. Já a
variação anual, com janeiro deste ano sendo comparado com o mesmo período de
2023, o crescimento é ainda maior e chega a 4,1%. Para a Câmara de
Dirigentes Lojistas de Petrópolis, a leitura dos números levantados pela
Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) são positivos e merecem
ser destacados, mas ainda é cedo para construir um prognóstico do ano com base
em informações pontuais. É necessário observar o desempenho dos próximos meses,
sem esquecer os condicionantes externos, isto é, o quadro internacional e, no
quadro interno, o desafio do ajuste fiscal.
"A CNDL também analisa
assim a pesquisa, com prudência. Os números, no entanto, mostram que as vendas
podem ser mais expressivas e o desafio do lojista é saber 'ler' seu consumidor
e estimular as compras, considerando que o consumo consciente está em alta e
que o cliente está atento a esse comportamento", analisa o presidente da
CDL Petrópolis, Cláudio Mohammad.
De acordo com o Panorama do Comércio, as vendas do setor ao longo do ano seguem condicionadas à trajetória dos juros, da inflação e do crédito. Além disso, o quadro de endividamento das famílias, que melhorou no segundo semestre de 2023, precisa ser consolidado. O levantamento também destaca os resultados do PIB de 2023, oficialmente divulgados. A economia brasileira cresceu 2,9%. Como em anos anteriores, o resultado ficou acima do que se projetava. Para 2024, é estimado um crescimento mais modesto, abaixo de 2,0% e a expectativa é saber se este ano pode surpreender com um resultado acima do esperado mais uma vez.
Para o presidente da CDL
Petrópolis, existe motivo de comemoração, mas cada região deve fazer seu dever
de casa para que a vendas se mantenham em ascensão. "Cada cidade tem uma
realidade diferente, impulsionada por diferentes particularidades. É necessário
que o poder público identifique onde pode atuar estimulando com ações que
fomentem as vendas. Cabe ao lojistas estarem atualizados com os desejos do
consumidor e as tendências de mercado para ter à disposição do cliente os
produtos e condições que ele anseia. Assim, todos juntos, conseguem aquecer as
vendas e girar a economia", considera Cláudio Mohammad.
Vestuário e calçados lideram com alta de 8,5%
Diante do bom desempenho das
vendas em janeiro de 2024, na comparação com dezembro de 2023, vale destacar os
resultados das atividades comerciais. De acordo com o IBGE, o melhor desempenho
em janeiro foi apresentado pelo segmento de “Tecidos, vestuário e calçados”,
que registrou alta de 8,5%. Em seguida, aparece o segmento de “Materiais para escritório”,
com crescimento de 6,1% das vendas. Na comparação entre janeiro e dezembro,
seis segmentos registraram alta e quatro registraram queda. O maior recuo foi
do segmento de “Livros, jornais, revistas e papelaria”, com queda de 3,6%.
Ampliando o horizonte de análise, no acumulado de 12 meses, as vendas de
veículos registraram a maior alta, com crescimento de 8,7%. O segmento de
“Artigos farmacêuticos e médicos”, que inclui também cosméticos, registrou alta
de 5,9% nessa base de comparação.
Percentual de famílias endividadas tem leve recuo
Depois de um período em que os
níveis de endividamento e inadimplência atingiram um recorde, os dados mais
recentes mostram um alívio. Em fevereiro de 2024, de acordo com dados da
Confederação Nacional do Comércio, o percentual de famílias que relataram ter
dívidas a vencer foi de 77,9%, abaixo do observado no mesmo mês do ano
anterior. Vale destacar que, anteriormente, esse índice chegou perto de 80%. Já
o percentual de famílias que relataram ter dívidas atrasadas foi de 28,1% em
fevereiro de 2024 – ante 29,8% em fevereiro de 2023. Ao longo do último ano, a
renda média real também mostrou evolução positiva, chegando a 3.032. Por fim, o
Indicador de Confiança do Consumidor, calculado pela FGV, registrou 89,7 pontos
em fevereiro de 2024, permanecendo abaixo dos 100 pontos. O resultado segue, no
entanto, acima do observado no mesmo mês do ano anterior, quando o indicador
atingiu 85,5 pontos.
Índice de confiança do consumidor tem leve recuo
Em fevereiro de 2024, o
Indicador de Confiança do Comércio, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV),
e que é considerado pelo estudo da CNDL, registrou 89,5 pontos. O resultado
ficou abaixo do observado na primeira medição do ano, com queda de 1,1% na
comparação com janeiro de 2024, mas superou o verificado em fevereiro de 2023,
com alta de 1,8%. Ao longo de 2023, a confiança do setor oscilou, apresentando
dificuldade de se consolidar acima dos 90 pontos. Pela metodologia do
indicador, resultados acima de 100 pontos indicam prevalência do otimismo,
enquanto resultados baixo dessa marca indicam prevalência do pessimismo. A
abertura dos dados componentes do indicador mostra que a avaliação da “Situação
Atual” está acima das “Expectativas” para os próximos meses, refletindo o bom
desempenho das vendas visto nos dados oficiais. O indicador permanece, em suma,
abaixo dos 100 pontos, embora o início de 2024 mostre uma percepção melhor do
setor na comparação com 2023. Ao longo dos próximos meses, a retomada
definitiva da confiança dependerá da evolução do consumo.
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