PETRÓPOLIS - A peça “Fome, que fome” do Núcleo do Teatro do Oprimido do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, programa da presidência da Fiocruz em Petrópolis, foi indicada ao Prêmio Maestro Guerra Peixe de Cultura, na categoria ações periféricas. A peça foi encenada na abertura da Jornada Ciência e Comunidade do Amazonas, no Quitandinha, em janeiro de 2023.

 

Construída em parceria com agentes de saúde e lideranças comunitárias do Amazonas, Vila Rica e Estrada da Saudade, a peça buscou promover uma reflexão sobre a fome e como ela está diretamente ligada à saúde da população. O processo de construção ocorreu durante oficinas realizadas no Fórum Itaboraí e a partir de experiências vividas pelo grupo.

 

Na ocasião, a peça trouxe à tona a situação de uma estudante que chega a desmaiar de fome na escola. Na plateia, muitos dos participantes da jornada reconheceram a situação e, por meio da técnica do Teatro Fórum, algumas pessoas foram até o palco para mostrar como agiriam diante daquele contexto de forma a garantir que a estudante e sua família tivessem acesso a alimentos. Assim, uma das propostas imediatas foi entrar em contato com o Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) para conseguir as doações de cestas básicas.

 

Para Thaís Paiva, professora do Teatro do Oprimido, a indicação ao prêmio Maestro Guerra Peixe é o reconhecimento de um trabalho coletivo, que une diferentes comunidades e agentes sociais. “Todos em torno de uma proposta de transformação da realidade que é apresentada”, afirma.

 

A peça “Fome, que fome” também foi apresentada em 2023 no CRAS do Centro de Petrópolis e no Posto de Saúde da Família da Estrada da Saudade.

 

Em agosto de 2023, o Teatro do Oprimido do Fórum Itaboraí também apresentou a peça “Cidade pra quem” durante a Jornada Ciência e Comunidade da Posse, que teve como tema o Direito à cidade. A peça trouxe fatos da rotina dos moradores do quinto distrito que enfrentam dificuldades para ter acesso até mesmo a serviços básicos.

 

Em fevereiro de 2024, mais uma peça constituída pelo Núcleo do TO foi apresentada na Jornada Ciência e Comunidade na Vila Rica: “Nosso lixo de cada dia”. A Jornada teve como tema “Cidades saudáveis e sustentáveis” com foco na gestão do lixo.’’



Sobre o TO

 

O Teatro do Oprimido (TO) é uma metodologia criada por Augusto Boal, teatrólogo brasileiro. A ideia é democratizar os meios de produção do teatro e proporcionar a transformação política e social. Na prática, a técnica leva a apresentações de situações opressoras e busca transformá-las, assim como despertar o sentimento de cidadania entre os atores, atrizes e a plateia.

 

Em 2023, foi criado o curso de formação de multiplicadores do TO do Fórum Itaboraí com o objetivo de que essas pessoas possam levar para seus territórios os conhecimentos adquiridos. A primeira turma, composta por 11 multiplicadores de diferentes comunidades de Petrópolis concluiu a formação em dezembro de 2023. O curso teve duração de oito meses e contou com a parceria das Secretarias de Saúde e Assistência Social do município.

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