PETRÓPOLIS - Dados do IBGE
mostram que, em fevereiro de 2024 as vendas do comércio cresceram pelo segundo
mês consecutivo tanto no comércio varejista quanto no varejo ampliado. O avanço
do comércio varejista foi de 1,0% na comparação com o índice de janeiro de
2024. No acumulado do ano, que compara o primeiro bimestre de 2024 com o mesmo
período do ano anterior, o crescimento foi de 6,1%. Para a Câmara de Dirigentes
Lojistas de Petrópolis a variação de 1,0% a mais em fevereiro corresponde à
realidade de poucos segmentos dentro do setor econômico e a cidade não
acompanhou o acumulado do ano. A entidade cobra ações para retomada da economia
de Petrópolis, principalmente o comércio varejista, que emprega hoje mais de 20
mil pessoas diretamente. Em fevereiro, o comércio fechou o mês com menos 42
vagas ocupadas na cidade, variação negativa de 0,26%.
“É preocupante que a cidade
não esteja no mesmo ritmo que outras regiões do país de igual densidade
demográfica e características econômicas. Temos o agravante de eventos
climáticos que, quando ocorrem, mesmo que não atinjam fisicamente as lojas,
trazem prejuízos pela baixa de movimento. A recuperação a partir dessas
ocasiões é lenta e gradual. O lojista vem se reinventando na cidade, teve o
apoio decisivo do governo do estado em financiamento e prorrogação do prazo de
carência, mas a municipalidade precisa agir de forma pontual e planejada para o
futuro”, aponta Cláudio Mohammad, presidente da CDL Petrópolis.
A pesquisa da Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), com dados oficiais do IBGE, mostra que
vendas de veículos e peças tiveram um aumento de 3,9% em fevereiro e que o
setor de farmácia e artigos médicos cresceu 9,9% no segundo mês do no país. São
áreas do comércio ampliado que inclui ainda materiais para construção e
atacadista de alimentação e bebidas, dois segmentos que foram negativos em
fevereiro com registro de -0,2%.
“O varejo ampliado só cresce
nos segmentos de veículos e farmácia, nesta pesquisa nacional, mas também não
sinaliza a realidade de Petrópolis. Já no comércio varejista, calçados,
confecção, ótica e papelaria, por exemplo, a realidade é diferente. Hoje, o
desempenho está bem abaixo desse crescimento acumulado de 6,1% no ano que a
pesquisa nacional aponta”, considera o Cláudio Mohammad.
Os dados em vendas nacionais
acompanham o desempenho de empregabilidade, mas quando o recorte é feito sobre
o Estado do Rio e Petrópolis, os números são diferentes. No país, o saldo é
positivo com 19.724 novos postos de trabalho no comércio em fevereiro, mas o
Estado do Rio registrou saldo de 2.045 demissões no segundo mês do ano e
Petrópolis teve 42 vagas a menos ocupadas.
O presidente da CDL Petrópolis
analisa o quadro a partir da falta de investimentos do poder público local em
infraestrutura. “Sem bons acessos, áreas adequadas e sem riscos nas cheias, as
empresas de médio e grande porte não consideram a cidade atrativa e escolhem
outros municípios. O emprego reduz, a dependência por programas sociais aumenta
e não há dinheiro em circulação para garantir o consumo e, ao mesmo tempo, a
qualidade de vida. Petrópolis vive hoje uma situação de empobrecimento que não
estamos conseguindo reverter”, afirma Cláudio Mohammad.
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