Maria Luiza Lacerda / Foto: Divulgação 


PETRÓPOLIS - O Dia do Ceramista é celebrado nesta terça-feira, 28 de maio, e destaca a relevância e o impacto da arte cerâmica no Brasil. Em Petrópolis, a data foi instituída pela Lei Municipal 7.187 de 18 de junho de 2014, completando dez anos em 2024. A comemoração é uma oportunidade para reconhecer o trabalho de artesãos que, com habilidade e dedicação, transformam a argila em obras de arte. 



A prática ancestral tem uma estreita relação com o município de Petrópolis, onde várias cerâmicas europeias passaram pela década de 1950. A fim de recuperar essa tradição e valorizar o desenvolvimento da prática, foi criado em 2012 o grupo Arte Cerâmica, que também tem como objetivo integrar ceramistas da região, projetando a cidade como referência e polo de cerâmica artística no Estado do Rio de Janeiro e consolidando a arte cerâmica como atrativo cultural da cidade. Impulsionado pela pandemia, o grupo vem registrando um aumento significativo do número de integrantes, tendo passado de 9 para 25 só em 2024. 



Maria Luiza Lacerda é uma das participantes do grupo. A ceramista tem 84 anos e começou a fazer aulas de cerâmica em 1967, na Califórnia, porém foi quando voltou para o Brasil e se mudou para Petrópolis, 36 anos atrás, que passou a se dedicar mais à prática. “Fico maravilhada com as mil possibilidades que a argila dá, com a diversidade que tem de técnicas e materiais. Aqui pude entender melhor meu caminho e me permitir respirar, me dar tempo. Devo à Petrópolis, esse encontro comigo mesma e com a cerâmica”, revela.



Solange Mano também se dedica à prática desde 1987. Morando em Petrópolis a partir de 2005, ela também integra o grupo Arte Cerâmica e é ativista na arte de divulgar a cerâmica de atelier pelo país e mundo, participando de exposições, workshops e seminários no Brasil, Europa e América Latina. Para Solange, o barro a leva a trabalhar de várias maneiras. “Criamos o espaço interno brincando com o externo. Forma, volume e cor resultam do pensar e do fazer, tentando não deixar à parte o lado poético”, diz a ceramista.



A arte cerâmica tem raízes profundas na cultura brasileira, desde os tempos pré-coloniais até os dias atuais. As técnicas e estilos evoluíram ao longo dos séculos, refletindo influências de diversas culturas e períodos históricos. Hoje, a cerâmica brasileira é conhecida pela sua diversidade e criatividade, sendo apreciada tanto no mercado interno quanto internacionalmente.



Segundo Ivo Ferreira, um dos fundadores do grupo Arte Cerâmica, a celebração do Dia do Ceramista é um momento para refletir sobre a importância desta arte e os desafios enfrentados pelos profissionais, além de ser uma oportunidade para o público apreciar a beleza e a complexidade das obras e reconhecer o valor dos artesãos que as criam. “As comemorações também incentivam a continuidade e a inovação na produção cerâmica, garantindo que esta tradição continue a prosperar no futuro”, diz Ivo.



Atualmente, fazem parte do Arte Cerâmica em Petrópolis: Adriana Leite, Ana Rondon, Ana Valéria, Antonio De Bonis, Arthur Bosísio, Camila Muniz, Carol Montenegro, Cris Azevedo, Eliane Sciamarella, Eme Martins, Flavia Lovatel, Ivo Ferreira, Jane Maia Weinberg, Jean Ruffier, Luana Ruffolo, Lydia Sebastiany, Lívia Müller, Maria Luiza Lacerda, Myrian Araújo, Regina Duarte, Rita Pontes, Rosalia Luz, Rosane Teixeira, Sarah Fukuda e Solange Mano.



No site: arteceramicaempetropolis.com.br, é possível acessar a história deste movimento na cidade e também ter informações atualizadas sobre os eventos produzidos pelo grupo. Os interessados em saber mais sobre a prática ancestral também podem acompanhar o perfil no instagram:@arteceramicaempetropolis.

 

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