PETRÓPOLIS - O movimento
ceramista em Petrópolis tem crescido nos últimos anos, conquistando cada vez
mais novos adeptos para a prática da arte milenar. Este aumento foi
impulsionado pela pandemia, que fez com que muitas pessoas buscassem a arte
como refúgio no período de isolamento. E a procura pela técnica continua tendo
um crescimento expressivo. Prova disso, é a conquista de novos integrantes pelo
grupo Arte Cerâmica em Petrópolis, criado em 2012. Só neste início de 2024, o
grupo, que tinha nove membros, ganhou 12 novos integrantes.
O Arte Cerâmica foi fundado
com o objetivo de integrar ceramistas da região em torno da valorização e
desenvolvimento da prática, projetando Petrópolis como referência e polo de
cerâmica artística no Estado do Rio de Janeiro e consolidando a arte cerâmica
como atrativo cultural da cidade.
Uma das fundadoras do grupo,
Lydia Sebastiany, faz uma viagem ao passado e lembra que Petrópolis tem a sua
própria história com a cerâmica. “Em torno da década de 1950, várias cerâmicas
europeias estiveram aqui, dentre as quais a que até hoje representa essa época,
embora com outra direção, porém usando o nome do artista inicial, a Cerâmica
Luiz Salvador, ainda com produção e loja em Itaipava”, destaca.
Para a ceramista, esse
crescimento de adeptos na atualidade representa um novo capítulo na história do
movimento. “São filhos e netos de nossa geração surgindo, bem como muitos vindo
de outras cidades e montando seus ateliês aqui”, comenta. Formada em Belas
Artes e com vários cursos em cerâmica ao longo de sua trajetória, Lydia tem seu
ateliê em Petrópolis desde 2006, onde capacita outras pessoas para a prática.
Parceiro nesta jornada, o ceramista
Ivo Ferreira diz que em uma pesquisa feita de maneira informal percebeu que o
número de pessoas ligadas à cerâmica e ateliês voltados para esta prática em
Petrópolis é maior do que em outras cidades da região serrana. “Vemos que
existe realmente uma vocação para isso na cidade. E, para nós, que fazemos
parte deste movimento há décadas, é gratificante observar esse
interesse crescendo e chegando às novas gerações”, diz.
Este é o caso da Camila Muniz,
de 36 anos, que se juntou neste ano ao grupo Arte Cerâmica. Arquiteta, ela se
mudou do Rio para Petrópolis em 2020 e encontrou na cerâmica um ponto de
conexão e estabilidade em sua vida, que influenciou sua jornada pessoal e profissional.
“Eu me apaixonei pela arte desde o primeiro contato. Desde então, meus vínculos
com a cidade foram todos se expandindo e intensificando por causa da cerâmica”,
relata Camila, acrescentando que a prática a centraliza e a ajuda a reconectar
consigo mesma e a se conectar com outras pessoas. “São amigos feitos através
dela, é uma perspectiva de vida nova através da cerâmica”, conta a arquiteta.
Atualmente, Camila tem seu próprio ateliê em casa e ministra aulas para pessoas
interessadas em aprender sobre a cerâmica.
Flávia Lovatel, também
ceramista do grupo, compartilha sua jornada de descoberta e paixão pela
cerâmica, que começou como uma busca por mais uma forma de expressão artística
e se transformou em uma carreira dedicada à produção de peças únicas e ao
ensino da arte cerâmica. “Tudo começou de forma despretensiosa e sem intenção
de tornar a cerâmica uma atividade profissional. Na época eu apenas buscava
mais uma forma de me expressar pela arte, mas como fazer cerâmica é uma coisa
apaixonante, comigo não foi diferente. Aprendi a fazer esculturas e acabei
descobrindo a infinidade de possibilidades que a cerâmica pode proporcionar”,
comenta Flávia que também é ilustradora.
Com o objetivo de reunir os
apaixonados pela cerâmica e dar visibilidade ao grupo foi criado o site arteceramicaempetropolis.com.br.
Nele, é possível acessar a história deste movimento na cidade e também ter
informações atualizadas sobre os eventos produzidos pelo grupo. Os interessados
em saber mais sobre o movimento também podem acompanhar o perfil no
Instagram:@arteceramicaempetropolis.
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