André Naves, Defensor Público Federal / Foto: Divulgação |
PETRÓPOLIS - Neste sábado, 15
de junho, o mundo voltará sua atenção para uma das questões mais urgentes em
Direitos Humanos com a celebração do Dia Mundial de Conscientização da
Violência Contra a Pessoa Idosa. Reconhecido pela Organização das Nações Unidas
e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa desde 2006,
este dia destaca a urgência de maior proteção a um dos grupos mais vulneráveis
de nossa sociedade.
No Brasil, já são mais de 30
milhões de brasileiros idosos e é urgente o debate em torno do tema. O
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) alerta para os diferentes
tipos de violações sofridas pelos mais idosos. Os casos mais recorrentes
incluem violência física, psicológica, patrimonial, sexual, abandono e
discriminação. São inúmeros os casos de agressões, principalmente verbais e
maus-tratos que partem na maioria das vezes de pessoas da própria família.
Em algumas situações, os abusos
são realizados na forma de beliscões, empurrões, tapas ou agressões que não
deixam sinais físicos. Além disso, a violência psicológica é uma realidade. Ela
é caracterizada por atos de humilhação, desvalorização moral ou deboche, que
abalam a autoestima do idoso e podem desencadear situações de isolamento, bem
como depressão e distúrbios nervosos. Os idosos quase nunca denunciam, por medo
e para proteger seus familiares.
André Naves, Defensor Público
Federal e especialista em Direitos Humanos e Inclusão, chama a atenção para
essa frequente subnotificação de abusos praticados por familiares ou
cuidadores. “Os casos de violência contra os idosos que chegam aos noticiários
da TV e aos jornais são apenas a ponta do iceberg”, alerta Naves.
A boa notícia é que vem
aumentando o número de denúncias recebidas diariamente pelo Disque100, serviço
gratuito e sigiloso do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Apenas de janeiro a maio de
2023, o Disque 100, da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, recebeu 47 mil
denúncias e registrou 282 mil violações referentes às pessoas idosas.
A necessidade de políticas
públicas eficazes e de uma sociedade mais empática nunca foi tão importante
para proteger os idosos. “Viver a terceira idade com dignidade é um direito de
todos. Precisamos exercitar a empatia e nos colocar no lugar do outro, todos os
dias, para construir um futuro em que todos possam envelhecer seguros e
respeitados”, conclui o Defensor Público André Naves.
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