Renne Bart / Foto: Divulgação |
PETRÓPOLIS - A clínica Rádio Serra Radioterapia de Petrópolis
marcou sua participação no Congresso da Sociedade Americana de Oncologia
Clínica (Asco) 2024, realizado em Chicago, com a apresentação e publicação do
estudo Radioterapia HipoFracionada em Câncer de Mama. A pesquisa mostra
eficácia no tratamento com cinco frações diárias de radioterapia, em casos em
que foram adotadas a cirurgia conservadora para câncer de mama. O trabalho
liderado pelo estudante de medicina e estagiário da clínica, Renne Bart, com a
coordenação do médico radio-oncologista, Daniel Przybysz, pode representar uma
mudança na rotina no tratamento, que atualmente considera a prática de 25 ou 30
frações diárias, e oferece melhor compreensão sobre as reações clínicas em
diferentes níveis.
A iniciativa busca contribuir com os profissionais da área com dados de relevância e embasamento
técnico, sobre como o modelo de tratamento
pode reagir nos pacientes.
“Seguimos na constante busca pelo entendimento mais aprofundado sobre os
efeitos colaterais que o tratamento pode oferecer e consequentemente,
proporcionar melhores resultados e maior qualidade de vida aos pacientes”,
destacou Daniel Przybysz.
Para o estudo, foram verificadas informações de 101 pacientes, que
estiveram em tratamento entre os anos de janeiro de 2020 a junho de 2023.
Conforme aponta a pesquisa, “este novo modelo demonstrou ser uma alternativa
segura para radioterapia adjuvante após cirurgia conservadora de mama”. “O trabalho foi feito com dados de pacientes
do mundo inteiro e foi um sucesso em termos de entendimento de como são os
padrões de cada tratamento “, explicou o estudante, Renne.
Todos os dados foram exportados e analisados quanto à demografia,
sendo traçado um perfil clínico, parâmetros dosimétricos e efeitos colaterais
avaliados com base em consultas individuais, antes e depois do tratamento. Como
um dos resultados, o estudo estabelece
um padrão para a ocorrência de dermatite em pacientes submetidos ao
tratamento do oncológico. O trabalho oferece melhor compreensão sobre as
reações clínicas em diferentes níveis.
A média de idade dos pacientes analisados foi de 64 anos. Desses
48 deles, representando 47%, apresentaram dermatite por radiação de qualquer
grau; outros 33 (32%) tiveram a reação em grau 1; 9 (8%) no grau 2; e 6 tiveram
grau 3 ou 4 (5%). A pesquisa mostrou que os pacientes com mais de 60 anos,
apresentaram maior predisposição para o desenvolvimento de dermatite. O efeito
colateral foi identificado 70% dos casos analisados.
O estudo apontou ainda algumas reações durante o tratamento: 30%
dos pacientes relataram sentir dor aguda durante as sessões; 23% destacaram dor
e queimação; 16% tiveram edema; e 4% prurido (coceira).
“Os dados do estudo são de extrema relevância para melhor
compreendermos os efeitos colaterais, em seus diferentes graus, de acordo com o
perfil dos pacientes e assim, podermos atuar na busca do maior conforto dos
pacientes durante o tratamento”, completou o médico radio-oncologista, Daniel
Przybysz.
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