PETRÓPOLIS - Com o objetivo de
trazer informações acerca da doação de sangue e de medula óssea, a campanha
Junho Laranja é dedicada aos tratamentos das doenças que afetam o sistema
sanguíneo: anemia e leucemia. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer
(INCA), a leucemia, que é o 10º tipo de câncer mais frequente no país, deve
afetar cerca de 11 mil brasileiros em 2025.
Para alertar sobre essas doenças,
a Dra. Laís Paiva, hematologista pediátrica do Hospital Santa Teresa,
compartilha dicas relacionadas aos sintomas e tratamentos para melhorar a
qualidade de vida dos pacientes.
A médica explica que os
sintomas comuns da anemia incluem cansaço, palidez, fraqueza, falta de ar,
tontura, palpitações e sonolência excessiva. Além disso, o diagnóstico da
anemia é composto de exame clínico e laboratorial, principalmente o hemograma
completo.
Por outro lado, a leucemia é
uma doença mais grave, ou seja, é um tipo de câncer que afeta o sangue e a
medula óssea. Neste caso, há uma produção descontrolada de células sanguíneas
alteradas. “A diferença para outros tipos de cânceres é que a leucemia não
forma um tumor sólido, é um câncer no sangue”, completa.
Dra. Laís ressalta que existem
vários tipos de anemias, sendo as mais comuns: anemia ferropriva, causada pela
deficiência de ferro; anemia de doença crônica; anemia perniciosa, causada pela
deficiência da vitamina B12; anemia hemolítica, causada pela destruição precoce
dos glóbulos vermelhos no sangue; e a anemia aplástica, que ocorre quando a
medula óssea não consegue produzir as células sanguíneas.
Assim como a anemia, a
leucemia também tem vários tipos, dentre elas: Leucemia Linfocítica Aguda
(LLA), Leucemia Linfocítica Crônica (LLC), Leucemia Mielóide Aguda (LMA) e
Leucemia Mielóide Crônica (LMC). “As características distintas entre os tipos
de leucemia envolvem, principalmente, diferenças em faixa etária de maior
acometimento, tempo de evolução da doença e o tipo de célula sanguínea que é
mais afetada”, pontua a especialista.
A médica explica que os
fatores de risco para o desenvolvimento da leucemia não são completamente
esclarecidos, mas a exposição excessiva à radiação ou a produtos químicos (como
o benzeno e agrotóxicos) combinada a condições genéticas, histórico familiar e
tabagismo pode contribuir para o aparecimento da doença.
As anemias carenciais podem
ser prevenidas e tratadas por meio de alimentação balanceada e nutritiva. Isto
é, apostar em alimentos ricos em ferro, vitamina B12 e ácido fólico são
essenciais para suprir a carência de nutrientes. “Crianças, gestantes, idosos e
portadores de doenças crônicas estão mais suscetíveis à anemia porque têm alta
necessidade nutricional e maior dificuldade de absorção de nutrientes”, alerta
a Dra. Paiva.
Se não tratada corretamente, a
anemia pode levar a diversas complicações, como problemas cardíacos, cansaço
crônico, complicações na gestação (prematuridade e baixo peso ao nascimento), e
dificuldade de crescimento e desenvolvimento em crianças (incluindo problemas
de aprendizagem).
A hematologista do Hospital
Santa Teresa ressalta ainda que os sintomas mais comuns da leucemia são
cansaço, febre, perda de peso, dor óssea e sangramentos. A leucemia pode ser
auferida por meio de exames de sangue e o diagnóstico é confirmado a partir do
mielograma e biópsia de medula óssea.
Segundo a médica, a escolha do
tratamento varia de acordo com o tipo de leucemia, idade do paciente e outros
fatores individuais. A terapêutica pode incluir quimioterapia, radioterapia,
transplante de medula óssea e imunoterapia.
Um ponto a destacar é que a
pesquisa médica está avançando, com o desenvolvimento de novas terapias para
tratamento de leucemia, como a imunoterapia direcionada e células Car- T,
que consistem em modificar os nossos linfócitos para atacar as células
cancerígenas.
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