PETRÓPOLIS - Será que no
futuro o desenvolvimento tecnológico poderá recriar o sistema orgânico de uma
árvore? A Amazônia, assim como a Floresta do Congo e demais áreas florestais do
mundo, irão desaparecer? A partir desses questionamentos, o coletivo (se)cura
humana apresenta em Petrópolis, nesta Semana Mundial do Meio Ambiente,
a performance “Corpo-Árvore”. A apresentação gratuita vai acontecer, nesta
terça-feira (04/06), às 15h, na Praça da Liberdade, no Centro.
Na apresentação, em um futuro
distópico de colapso ambiental, sobreviventes da tragédia encontram a última
árvore restante do planeta, completamente despedaçada. Em um ato de busca por
salvação tentam fazê-la ressuscitar e produzir umidade novamente. Para isso,
utilizam máquinas e tecnologias com o objetivo de recriar o seu sistema
orgânico, originando assim uma árvore-máquina. Essa mescla de ser vivo e
equipamento, deverá por meio de sua evapotranspiração, umidificar a vida ao seu
redor e quem sabe restituir os importantes rios voadores que distribuem umidade
pelo mundo.
“Corpo-Árvore” integra uma
série de ações que o coletivo (se)cura humana vem realizando ao longo de sua
trajetória de sete anos de “artivismo”, uma mescla de arte e ativismo. Pela
primeira vez saindo de São Paulo e navegando para o Rio de Janeiro, o coletivo
chega ao estado representado pelo videoartista e performer Flavio Barollo, pelo
geógrafo Wellington Tibério, pela bailarina Malu Avelar e pelo biólogo e
construtor ecológico Jeferson Rogério.
Para Flavio Barollo, “Corpo-Árvore”
debate questões urgentes em um mundo que ruma para o colapso, e em que parte
expressiva da comunidade tem apostado em saídas tecnológicas para se esquivar
do problema e manter seu modo de vida. “A invenção desse país, que teve como
base a exploração irrestrita da natureza, fez com que o Brasil perpetuasse esse
projeto inaugural instaurado nessas terras com a devastação das florestas”,
relata o artista.
Malu Avelar ressalta que “essa
atitude colonialista ainda usurpa e devasta territórios originários e
protegidos, acabando a subsistência dos povos. Precisamos vislumbrar o risco à
nossa condição de existência para entendermos que existe um limite”, diz
ela.
Já para Wellington Tibério, a
performance é uma oportunidade de diálogo sobre o desenvolvimento do mundo e a
relação com os elementos da natureza nas cidades. “Uma inconveniente realidade
tem mostrado, cada vez mais, o nosso devido lugar de parte de um grande
sistema. Há limite para aquele projeto que se instaurou aqui há 524 anos. Há
limite para a ação humana sobre o planeta.”, pontua ele.
O (se)cura humana é um
coletivo de criações artísticas artivistas ambientais, urbanas e aquáticas,
fundado por Flavio Barollo (videoartista e performer) e Wellington Tibério
(músico e geógrafo). Tem como seu foco de atuação as artes ligadas às questões
ambientais, principalmente a abordagem que envolve a questão da água na cidade,
tocando em aspectos como escassez/abundância, possibilidades de usos e técnicas
de tratamento, contaminação. Recentemente, ampliando a discussão em seu
trabalho acerca de ameaças de devastação de florestas, crimes da mineração,
racismo ambiental e mudanças climáticas provocadas pela ação humana.
Serviço
Performance Corpo-Árvore
04/06, às 15h - Praça da
Liberdade, Centro - Petrópolis
Classificação: Livre
Gratuito
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