Marcella Tamiozzo professora de Nutrição da Estácio |
Suplementos
alimentares deve ultrapassar US$ 252 Bi em 2025
PETRÓPOLIS- Indicado para
atletas e pessoas que praticam exercícios físicos, os suplementos alimentares
ocupam as prateleiras de lojas especializadas e as despensas de quem busca o
ganho de massa magra e um corpo saudável. O estudo mais recente publicado pela
FMI (Future Market Insights) sobre a venda dos produtos, apontou que ela deve
ultrapassar a cifra de US$ 252 bilhões (R$ 1,25 trilhão) em 2025 em todo o
mercado mundial. No Brasil, um estudo de mercado realizado pela ABIAD
(Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e
Congêneres) apontou que o consumo de suplementos alimentares se faz presente na
dieta de pelo menos uma pessoa em 59% das famílias. O relatório, com dados de
2020, mostrou um aumento de 10% neste consumo comparado a 2015, quando foi
realizada a primeira edição da pesquisa; e detectou um aumento de 48% no
consumo de suplementos alimentares.
A nutricionista pós-graduada
em Nutrição Esportiva, Marcella Tamiozzo, explica que os suplementos são
produtos que têm a finalidade de oferecer calorias, nutrientes (como proteínas,
carboidratos, fibras, cálcio, gorduras, minerais, vitaminas, aminoácidos),
substâncias bioativas (como cafeína, creatina, fitoestrógenos, flavonoides) e
enzimas ou probióticos, podendo ser utilizados de forma isolada ou combinada.
Mas será que a suplementação é indicada para qualquer pessoa?
"Os suplementos
alimentares são recomendados para complementar a dieta de pessoas cujas
necessidades nutricionais não são atendidas adequadamente pelo seu plano
alimentar. Ou seja, são indicados em situações especiais em que a pessoa não
consegue ingerir os nutrientes necessários ou quando o corpo não consegue
absorver essas substâncias. Há uma variedade de formulações voltadas para
diferentes públicos, desde crianças até idosos. A escolha do suplemento
apropriado depende das necessidades específicas de cada caso”, analisa.
O doutor em Educação Física,
Sandro Ribeiro, concorda e aponta que a suplementação deve ser considerada
apenas quando há uma deficiência diagnosticada, evitando o risco de toxicidade,
excesso de nutrientes, ou desequilíbrio nutricional. Por isso é essencial o
acompanhamento médico antes de se iniciar qualquer suplementação. Ele chama a
atenção para a necessidade de diferenciar atividade física de exercício, que é
uma subcategoria da atividade física.
“A prática regular de
atividade física é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) uma das
principais estratégias para a promoção da saúde e qualquer movimento corporal
produzido pelos músculos estão incluídas, por exemplo, as atividades físicas
praticadas durante o trabalho, durante jogos, execução de tarefas domésticas,
viagem, atividade de lazer. Já o exercício físico é uma atividade planejada,
estruturada, repetida, com o objetivo de melhorar ou manter um ou mais
componentes do condicionamento físico”, frisa.
O docente do curso de Educação
Física da Estácio afirma que, para a atividade física não é recomendado nenhum
tipo de suplementação, já que ela vem para atender alguma deficiência que
precisará ser diagnosticada. “Se a pessoa se alimenta bem, ela não vai precisar
de suplementação para fazer as atividades corriqueiras do dia a dia. Já para o
exercício físico, há uma grande onda, até perigosa, de suplementação em
andamento no Brasil e no mundo. Na maioria das vezes, não é necessária
suplementação para o exercício físico, buscando melhoria de condicionamento físico”,
adverte.
Marcella Tamiozzo, que é
professora do curso de Nutrição da Estácio, explica que a escolha do suplemento
apropriado depende das necessidades específicas de cada caso.
"Como o próprio nome
sugere, ela destina-se a complementar a alimentação e não a substituí-la.
Substituir refeições por suplementos pode levar à monotonia na dieta, causando
deficiências nutricionais dos itens que o suplemento não fornece. Todos podem
utilizar esses suplementos de forma supervisionada, pois existem doses recomendadas
de acordo com a faixa etária e necessidade específica de cada um”, avalia.
A nutricionista reforça que
ingerir suplementos alimentares sem orientação médica pode não ser uma escolha
vantajosa, especialmente se não houver uma razão clara para essa decisão.
“As necessidades nutricionais
variam de pessoa para pessoa, levando em conta a dieta, os objetivos da prática
esportiva, o volume e a intensidade do treino, entre outros fatores. Não
significa que um suplemento que um colega de academia esteja usando seja
adequado para você também. Antes de adotar qualquer suplemento, é essencial
buscar aconselhamento de um nutricionista para adaptar sua alimentação à rotina
de exercícios e, se necessário, determinar quais suplementos são apropriados”,
recomenda.
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