Com a chegada do inverno, há um notável aumento nas doenças respiratórias, uma
tendência que se repete anualmente. Esta elevação no número de casos é
atribuída principalmente ao clima mais seco, que favorece a dispersão de
partículas no ar, afetando as vias aéreas. A mucosa nasal, responsável por
parte da defesa local do organismo, também é impactada pelo ar seco, reduzindo
sua capacidade de proteger contra agentes infecciosos.
A infectologista do Hospital Santa Teresa, Dra. Rafaela Bongiovani, explicou um
pouco sobre as doenças mais comuns da estação e como é possível acompanhá-las
para que não se tornem um problema grave.
“O fato de estar mais frio também muda o nosso comportamento, uma vez que
tendemos a frequentar ambientes mais fechados. Esses locais facilitam a
disseminação de doenças infecciosas transmitidas por gotículas ou aerossóis.
Como resultado, observamos um aumento de doenças respiratórias de várias
naturezas, tanto infecciosas quanto não infecciosas, destacando as de origem
viral”, esclarece a médica.
Neste período, é comum a elevação de casos de síndromes gripais, causadas por
uma variedade de vírus, como o Influenza, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
e o Sars-CoV-2, responsável pela COVID-19. Crianças menores de cinco anos e
idosos são grupos particularmente vulneráveis, assim como pessoas com
comorbidades, como cardiopatas e imunossuprimidos, que têm maior risco de
desenvolver quadros mais graves.
A procura por atendimento médico tende a aumentar, especialmente nos serviços
de urgência e emergência. “É essencial que os pacientes procurem ajuda médica
em casos de sinais de alarme, como febre alta, falta de ar e deterioração do
estado geral. Entretanto, é importante que pacientes com sintomas leves evitem
sobrecarregar os serviços de saúde e se expor a patógenos mais perigosos
desnecessariamente”, explica a especialista.
Dra. Rafaela afirma que, para os pacientes com doenças crônicas, é fundamental
manter o acompanhamento regular e seguir corretamente o tratamento
medicamentoso prescrito. Além disso, a atualização do cartão vacinal é crucial,
especialmente com a vacina contra a gripe, que é atualizada anualmente para
proteger contra os vírus em circulação.
Outro ponto a destacar é que, nos últimos anos, a população tem ficado confusa,
pois os sintomas de gripe e de COVID-19 são muito semelhantes. Diante disto, a
infectologista do Hospital Santa Teresa esclarece:
“A gripe é um termo genérico que descreve sintomas causados por diversos vírus
respiratórios, enquanto a COVID-19 é uma doença específica causada pelo vírus
Sars-CoV-2. A distinção entre essas doenças é importante para o diagnóstico e
tratamento adequado. Por isso, em caso de dúvida, é importante buscar um
hospital ou posto de saúde para a realização do teste rápido”.
O período de inverno exige uma atenção redobrada para as doenças respiratórias,
tanto pela população quanto pelos profissionais de saúde. Manter-se informado,
adotar medidas preventivas e seguir orientações médicas são passos essenciais
para atravessar essa estação com saúde e segurança.
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