O atraso de 25 anos na
construção da nova pista de subida da Serra de Petrópolis vai acumular um
prejuízo estimado em R$ 8 bilhões até 2031, segundo nota técnica da
Logística Brasil, (entidade que representa usuários de transportes e da
logística no país) com base em estudo realizado pela consultoria MC2R
Inteligência Estratégica. As obras, segundo o Programa de Exploração da Rodovia
(PER), anexo ao contrato de concessão, de 1995, previa a conclusão da nova
pista em 2006. Hoje, são 18 anos sem a pista ter sido concluída e a previsão de
efetiva concretização somente daqui a sete anos. Com base neste estudo, o
movimento empresarial Petrópolis 2030 está cobrando do governo federal, a quem
cabe a concessão, celeridade na licitação da escolha de uma nova empresa
gestora da rodovia cuja abertura é estimada para dezembro.
“Considerando o tempo perdido
e ainda o que precisamos superar daqui para a frente, sem mais prejuízos, são
25 anos de atraso. Esta conta alta está sendo paga pela economia do Estado, mas
sobretudo pelo petropolitano, o mais prejudicado em todo esse processo em que
não foi cobrado o cumprimento do contrato. Vamos marcar em cima porque
Petrópolis não pode mais esperar”, afirma Cláudio Mohammad, presidente da
Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis, entidade que articulou o movimento
Petrópolis 2030, hoje formado por 26 entidades que representam setores
econômicos e da sociedade do município.
Na nova concessão há
estimativa de que Ministério dos Transportes aportará a maior parte dos
recursos para a conclusão da nova pista de subida da serra, afastando risco de
a nova gestora não concluir a intervenção no prazo estipulado. “Além dessa
garantia de recursos para que a obra aconteça, queremos que o governo não
cometa o mesmo erro de não ter cobrado o cumprimento do contrato que hoje ainda
vigora e nos deixou nesta situação de entrave no que é o principal acesso à
cidade”, afirma Cláudio Mohammad.
De acordo com o estudo, a não
realização das obras na BR-040 no prazo previsto contabiliza, hoje,
um prejuízo estimado em R$ 4 bilhões. Considerando a
expectativa de conclusão das obras em 2031, esse montante poderá chegar a R$
4,81 bilhões nos próximos anos, ao se projetar um IPCA médio de 3,75%
ao ano entre 2024 e 2031. A pesquisa Logística Brasil/ MC2R
Inteligência Estratégica levou em conta somente o prejuízo econômico,
sem calcular o custo social decorrente de atendimentos médicos a feridos
e os custos de mortalidade em acidentes ocorridos por falta de
modernização da pista.
Em 2023, foram pedagiados na
Rio – Juiz de Fora 16.840.211 veículos, média de 46 mil veículos por
dia. Somente no trecho da serra, entre as praças de
Petrópolis e Duque de Caxias, foram taxados 12.391.462 veículos em
2023. A média é de seis mil veículos comerciais por dia e 9,9
mil carros de passeio diariamente. Considerando a tarifa básica de R$ 14,50 e
uma tarifa para veículos de passeio em dois eixos, a R$ 21,50, a arrecadação da
empresa chega a R$ 272 mil por dia somente no trecho do Rio a Petrópolis.
“Só no ‘nosso’ trecho, a
arrecadação, usando estes parâmetros, é de quase R$ 100 milhões por ano”,
aponta Cláudio Mohammad, destacando a falta de contrapartida: “não vemos
retorno de investimento nas melhorias previstas em contrato. Essa falta de
compromisso é que não pode existir se quisermos economia melhor para a cidade”.
Investimentos na nova licitação
A nova concessão da rodovia,
prevista para ser relicenciada em dezembro de 2024, deve incluir um
investimento de R$ 4,95 bilhões em obras, com destaque para a conclusão da
pista de subida da Serra de Petrópolis, e mais R$ 3,17 bilhões destinados à
operação e manutenção. Além da nova pista de subida, o projeto prevê
13,126 km de duplicações, 80,79 km de pistas marginais, implantação de faixas
adicionais, correção de traçado, retornos, rotatórias, construção de 12
passarelas, rampa de escape, passagens de animais e pontos de ônibus.
“Com a nova concessão e a expectativa
de conclusão das obras em 2031, o objetivo é mitigar as perdas socioeconômicas
acumuladas ao longo dos anos, que incluem desde o aumento do custo de frete até
a diminuição do fluxo de veículos. A resolução dos problemas na BR 040 é vista
como essencial para melhorar a infraestrutura de transporte no Brasil e apoiar
o crescimento econômico na região Sudeste”, frisa Cláudio Mohammad.
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