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Professor Gustavo Costa |
No próximo dia 19 de agosto, segunda-feira, às 14 horas, o Centro
Educacional Terra Santa recebe a segunda oficina do projeto “Cartografia do
Ecossistema de Inovação Social de Petrópolis”, que tem trabalhado na pesquisa
de reconhecimento da rede de organizações, entidades, coletivos, grupos
(formais e não formais) que se mobilizam para buscar e/ou propor soluções para
problemas públicos da cidade. A atividade terá foco nas iniciativas que se
dedicam ao enfrentamento de problemas públicos ligados à arena da assistência
social e também dos direitos da criança e do adolescente.
O projeto, que é uma parceria entre o Instituto de Pesquisa e
Planejamento Urbano e Regional (IPPUR), da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), o Instituto Phillipe Guédon (IPG) e a Fundação Carlos Chagas
Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), tem por base
uma abordagem da área de políticas públicas que entende que os agentes sociais,
a população, as pessoas que vivem o dia a dia das cidades, que estão nos
territórios e nas comunidades, são quem pode apresentar as melhores soluções
para os problemas públicos que atingem a todas e todos nós cotidianamente. Os
pesquisadores têm mapeado as iniciativas, chamadas de “iniciativas de inovação
social”, tendo visitado mais de 50 delas desde o começo dos trabalhos.
“Nós chamamos de inovações
sociais as soluções para os problemas públicos da cidade que vêm da população,
de organizações da sociedade civil. A inovação social e ambiental acontece
quando uma nova solução para um problema social e ambiental é mais efetiva,
eficiente, sustentável ou justa que soluções anteriores, beneficiando não só
as pessoas, individualmente, mas a sociedade como um todo. Entendemos que essas
soluções mais justas são mais fáceis de ser alcançadas por quem vive e é
atingido todos os dias pelos problemas públicos, mais que muitas das pessoas
que ocupam posições de poder e que, em geral, estão desconectadas da realidade
da maioria da população”, explica o coordenador, Gustavo Costa, reforçando que
o objetivo do projeto de pesquisa é, justamente, realizar esse trabalho de
mapeamento dos movimentos que partem da população para fortalecer essa rede de
iniciativas sociais e dinamizar as trocas e interações entre elas.
Solimar Fideles dos Santos, moradora da comunidade São João
Batista, no Duarte da Silveira, e presidente do Instituto Beneficente Ampla
Visão, que, há mais de 20 anos, realiza atividades de enfrentamento à
vulnerabilidade social nas comunidades de Petrópolis, foi uma das últimas a
conversar com os pesquisadores. “Só foi possível o enfrentamento desse, que é
um dos principais problemas da sociedade, por justamente ter esse contato
direto com a população, quem veio do mesmo lugar ou mora nessas comunidades tem
o conhecimento mais amplo de quais são os problemas mais urgentes e soluções
possíveis e eficazes. Acreditamos que, com a ajuda de pessoas de fora e
voluntários é possível realizar ações para enfrentar os problemas públicos
frequentes, mas o instrumento essencial para fazer essa ponte são os
voluntários de campo e criadores de ações de cultura, arte e educação, que
fazem parte das comunidades!”, ressalta.
As informações e dados recolhidos serão inseridos em uma
plataforma digital já em desenvolvimento que funcionará como uma ferramenta
pública gratuita e colaborativa que tem como proposta estimular melhores
práticas de transparência, participação social e gestão de informações.
Conectada com uma base cartográfica, a plataforma terá a capacidade de gerar
múltiplas leituras espaciais do conjunto de relações que compõem a rede do
Ecossistema de Inovação Social de Petrópolis (EIS-Petrópolis), conectando suas
expressões espaciais, temporais e informacionais, além de apresentar
visualmente a rede, com os perfis das iniciativas, onde estão localizadas,
causas e regiões em que atuam, promovendo também o cruzamento desses dados.
No começo do mês de julho, a equipe de pesquisadores realizou uma
primeira oficina de apresentação e orientação do projeto no Cefet-Petrópolis.
Nesta segunda oficina, os pesquisadores decidiram direcionar a atenção para as
iniciativas das arenas da assistência social e dos direitos da criança e do
adolescente, áreas em que atuam, por exemplo, os profissionais do Centro
Educacional Terra Santa, entidade com mais de 100 anos de história na cidade e
que abriu as portas para o projeto. “Em um cenário onde a demanda por serviços
sociais é crescente, este projeto pode proporcionar um suporte mais efetivo
para aqueles em situação de vulnerabilidade, incentivando a participação ativa
da comunidade e a responsabilidade social. O reconhecimento e a valorização
dessas entidades é um grande passo para a construção de uma sociedade mais
justa e inclusiva”, comenta a coordenadora geral do Terra Santa, Andréa Fecher.
Na segunda oficina, os pesquisadores vão apresentar o projeto com
mais detalhes e orientar os representantes das iniciativas presentes no
preenchimento do formulário de cadastro na plataforma. O encontro está marcado
para as 14 horas, no Centro Educacional Terra Santa, com primeira chamada às
13h30. Para se inscrever na oficina, acesse este link.
Quem não puder comparecer à oficina pode acessar o formulário
diretamente neste link e fazer o cadastro da sua iniciativa. A partir do cadastro, os pesquisadores
também podem contactar as entidades para melhor conhecê-las. Com a plataforma,
que deve estar finalizada para lançamento ainda este ano, durante um Simpósio
sobre Inovações Sociais com estudiosos da área que também está no calendário do
projeto, os pesquisadores pretendem tornar a rede de inovações sociais de
Petrópolis conhecida, a fim de prover meios para não apenas dinamizar as
interações entre as iniciativas, mas abrir possibilidade para o surgimento de
mais inovações sociais.
Serviço:
Oficina de apresentação e cadastro para iniciativas com foco em
assistência social e direitos da criança e do adolescente
Data: 19/08/2024
Hora: 14 horas
Local: Centro Educacional Terra Santa - Rua Monsenhor Bacelar, 590
- Centro - Petrópolis-RJ
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