Após meses de crescimento
contínuo, o número de inadimplentes no Brasil registrou uma ligeira queda em
junho de 2024, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Em comparação com o
mês anterior, o percentual de consumidores negativados recuou 0,43%,
totalizando 67,98 milhões de brasileiros adultos, ou 41,28% da população.
Apesar dessa diminuição, os números ainda refletem um aumento de 0,53% em
relação ao mesmo período do ano passado, indicando uma persistência na
dificuldade de pagamento das dívidas.
Esse cenário é particularmente
relevante em Petrópolis, onde o comércio local também enfrenta desafios.
Cláudio Mohammad, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis
(CDL), ressalta a importância de uma abordagem prudente por parte dos consumidores.
"O aumento na taxa de inadimplência reflete um cenário econômico
desafiador, mas a queda observada em junho pode ser um sinal de que medidas de
controle de gastos e renegociação de dívidas estão surtindo efeito. É crucial
que os consumidores mantenham o foco no equilíbrio de seus orçamentos para
evitar complicações futuras."
A análise dos dados mostra que a maior parte dos inadimplentes se encontra na faixa etária de 30 a 39 anos, com 49,37% desse grupo etário negativado. Além disso, a média de dívidas por consumidor inadimplente é de R$ 4.476,42, sendo que 30,66% das dívidas são de valores inferiores a R$ 500. Este perfil demográfico sublinha a vulnerabilidade de uma parte significativa da população frente a crises financeiras e à falta de planejamento.
Mohammad também comenta sobre
as tendências setoriais das dívidas, destacando uma queda na inadimplência com
o comércio em geral (‐4,85%), enquanto o setor bancário viu um aumento de 3,34%
nas dívidas em atraso. "Em Petrópolis, observamos uma tendência
semelhante, com uma redução nas dívidas relacionadas ao comércio, o que pode
indicar uma recuperação gradual do consumo local. No entanto, o aumento das
dívidas bancárias é preocupante e reflete o custo crescente do crédito. As
empresas precisam estar atentas e buscar estratégias para apoiar os
consumidores, oferecendo condições mais favoráveis e promovendo a educação
financeira."
Os números, segundo o líder
empresarial, reforçam a necessidade de um planejamento financeiro mais rigoroso
por parte dos consumidores e de uma adaptação estratégica das empresas para
mitigar os impactos da inadimplência. Com o fim do ciclo de queda dos juros, o
custo do crédito tende a se elevar, tornando ainda mais crucial que os
consumidores gerenciem suas dívidas de forma responsável. “Enquanto o comércio
em Petrópolis se ajusta a essa nova realidade, o papel das instituições
financeiras e das entidades comerciais em apoiar os consumidores será
fundamental para a recuperação econômica da cidade e do país. A CDL e a
Confederação vêm defendendo a adoção de políticas públicas para o consumo
consciente que torna o ciclo de compras saudável e contínuo”, aponta
Cláudio Mohammad.
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