Dra. Adliz Siqueira |
Nesta época especial em que é
desenvolvida a Campanha Agosto Dourado, disseminar informações importantes
sobre o aleitamento materno é essencial. Pensando nisso, a Dra. Adliz Siqueira,
pediatra, neonatologista e professora da UNIFASE/FMP, separou algumas
curiosidades sobre o tema, trazendo cinco mitos e cinco verdades sobre o
aleitamento materno. Confira!
O clássico “Meu leite é
fraco!” A especialista explica que isso não passa de um mito! “Não existe
leite fraco. Visualmente, o leite materno é mais ralo e possui diferentes
colorações, o que o difere do leite de vaca e da fórmula. O leite materno tem
todas as substâncias na quantidade certa que o bebê precisa para se desenvolver
e crescer. Até as mães com déficit nutricional, como uma desnutrição leve, são
capazes de produzir leite materno de qualidade, pois o organismo prioriza o
bebê”.
A dúvida que consome as mães,
especialmente as de primeira viagem, que ficam preocupadas e acabam acreditando
que “Só o meu leite não sustenta e o bebê chora com fome” também é mito! “O
choro é a única forma de comunicação do bebê. Ele pode chorar por diferentes
motivos, além de fome, pode ser frio, calor, cólica, roupas apertadas ou
simplesmente por quererem carinho, dentre outros motivos. Para avaliar se o
bebê está mamando adequadamente, precisamos observar outros sinais como: se ele
apresenta sinais de saciedade após a mamada (soltam o peito e ficam relaxados),
urinando mais de 6-8 vezes ao dia, e quando for ao pediatra, se está crescendo
adequadamente”, destaca.
“Seios pequenos produzem menos
leite”. Mito! “A produção de leite ocorre nas glândulas produtoras de leite e
não no tecido gorduroso, esse sim é responsável pelo tamanho dos seios”,
esclarece.
“Existe uma posição ideal para
amamentar”. Mito! “Temos diversas posições para amamentação, a melhor é a mais
confortável para a mãe e para o seu bebê”, afirma.
Para terminar a sessão de
mitos, vamos para um que deixa as mães em estado de alerta: “É preciso passar
hidratantes ou pomadas para proteger o bico do peito e evitar fissuras”. Mito!
“O melhor para hidratar o bico e a aréola (parte escura) é o próprio leite
materno. Sendo passado antes e após a mamada, ele ajuda na eliminação de
bactérias, a umedecer e manter a elasticidade. Quando há fissuras, é necessário
avaliar se a pega do bebê está adequada”, ressalta.
Agora, vamos para falar as
verdades sobre a amamentação. “Amamentar imediatamente após o parto é
saudável”. Verdade! “Imediatamente após o nascimento, se o bebê estiver
clinicamente estável, iniciamos a hora de ouro, momento onde devemos manter o
bebê em contato pele a pele com a mãe e estimular a amamentação. Isso aumenta o
vínculo mãe-bebê, estimula a produção de colostro, mantém o bebê na temperatura
adequada e aumenta as chances de a amamentação ser bem-sucedida”, informa.
Do top dez dos questionamentos
das mulheres durante o período gestacional, a dúvida sobre “é verdade que a
amamentação ajuda a mulher a emagrecer?” Verdade! “São gastas muitas calorias
na produção do leite materno, o que ajuda a mãe a perder peso mais rápido.
Temos ainda, por efeito da sucção do bebê, liberação de hormônios que atuam
ajudando o útero a recuperar seu tamanho normal, reduz o risco de hemorragia,
anemia e câncer de mama e de ovário”, esclarece.
Uma ótima notícia para as mães
que precisam retornar às suas atividades profissionais: “O leite materno pode
ser congelado”. Verdade! “O leite materno pode ser armazenado na geladeira até
12 horas e no freezer por até 15 dias”, destaca.
“O tempo de duração da amamentação depende de cada criança”. Verdade! “Alguns bebês mamam em 10-15 minutos, outros levam até 40 minutos. Devemos sempre estar atentas aos sinais de saciedade, onde o bebê deixa de mamar, relaxa e até dorme”, orienta.
“O bebê é quem faz o horário de amamentação”. Verdade! “A amamentação deve
ocorrer sob livre demanda, com a oferta sempre que o bebê apresentar sinais de
fome, como abrir a boca, virar a cabeça como se estivesse buscando o seio,
movimentar-se mais e ficar inquieto, levar as mãos à boca e por último chorar.
Quando temos o choro, é preciso acalmar o bebê para facilitar a pega no seio
materno. As mães devem ficar atentas para saber se o bebê está urinando
adequadamente, trocando de 6 a 8 fraldas por dia”, finaliza.
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