Foto: Talita Paixão |
O que toca o âmago do ser, na vida o que define o
ser humano, são as escolhas ou o caminho traçado pelas diferentes fases. Essas
perguntas talvez não tenham respostas, pois cada indivíduo encontra em si as
conclusões e, seguem a jornada acreditando no que acham certo e assim constroem
os ciclos. Uma coisa é certa, em cada descoberta uma nova etapa se inicia, quem
não lembra do primeiro abraço que recebeu quando criança, do primeiro contato
com a espiritualidade e dos acontecimentos que foram construindo o caráter até
o atual estado. Para muitos, essas memórias não são apenas imagens e lembranças
que ficam guardadas nas caixas do cérebro, elas são preciosas ferramentas para
a arte, pelo menos é assim que o artista plástico Gabriel Pereira construiu sua
primeira exposição de artes titulada “Até a totalidade do luar, qual a voz da
lágrima e a cor do mar” que estreia no dia 1° de novembro.
A montagem reflete as fases da vida do artista de 19 anos, ela surgiu como um
desejo do mesmo de ser cheio, completo de si, aceitando todas as suas
características e experiências que através das obras transformam as lembranças
em imagens dando sentido artístico, que revelam a poética e a concepção de tempo
e memória de Gabriel. Para a criação de cada peça, o autor pensou no contexto,
social, político e religioso que está inserido como um jovem negro, levando em
consideração a própria subjetividade. Considerando estes aspectos o artista
traz em suas construções politizadas, sua religião, ancestralidade e toda
misticidade que envolve o seu próprio ser. A inauguração está prevista
para acontecer às 19h, do dia 1° de novembro, na galeria do Centro de Cultura
Raul de Leoni, localizada na Praça Visconde de Mauá, nº 305, Centro,
Petrópolis.
A totalidade do luar
Dentro dos elementos marcantes da exposição, um chama atenção, a presença da
cor azul, que está em todas as obras, criando assim uma conexão entre
elas. A cor envolve significados que estão entrelaçados aos conceitos de
fé, paz, lealdade, tranquilidade, espiritualidade, harmonia, unidade, confiança
entre outros. Além de refletir muito no trabalho azul que está presente na vida
de Gabriel, ele se recorda dos pequenos objetos que ganhou quando criança da
avó, a presença dela era uma motivação para ele. Além disso, a cor foi muito
significativa para a construção de identidade do artista que teve um instalo ao
ver o filme “Moonlight – Sobre a luz do luar”, após escutar a frase: ‘Meninos
negros sobre a luz do luar parecem azuis’.
“O melhor lugar do mundo é a imensidão de minhas artes, é quando posso me
enxergar através de tantos materiais diferentes e infinitos tons azuis. Costumo
dizer que antes de enxergar azul, escrevi azul”, ressalta Gabriel.
A mostra traz ainda a ideia e a importância de sonhar, que não tem limite de
idade, é livre e infinito como o céu. “Ser artista por vezes é ter que lutar e
sonhar mesmo diante da exaustão, porém tem dias que apenas existe o autor, a
obra e uma certeza: Não existiria outra forma de viver senão sendo artista”
expressa o autor. Além disso, Gabriel Pereira quer que as pessoas se
conectem com a ideia e encontrem ou revivam os próprios sonhos.
Rede de conexão
O projeto foi contemplado pelo
o edital de fomento à cultura da Lei Paulo Gustavo. O trabalho envolve
profissionais que se juntaram através da arte. A inauguração do evento vai
contar com performance artística que vai dar ainda mais sentido para toda construção.
As obras e a ideia geral da exposição foram compostas por: Gabriel Pereira, o
designer das artes, foi Fruan Lapsi, atuou como assistente de produção Thiago
Mayworm, o assistente de direção criativa foi Wagner Loiola. A curadoria ficou
por conta de Filipe Graciano.
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