Até 9 de março!
A exposição "Dos Brasis:
Arte e Pensamento Negro", que já recebeu mais de 500 mil visitantes no
Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ) em Petrópolis, será prorrogada até
março de 2025. Na próxima fase, novas obras de Chico Tabibuia, Rubem Valentim,
Arthur Bispo do Rosário, Nádia Taquary e Heitor dos Prazeres chegarão
para compor a mostra em substituição a algumas obras desses artistas que já
integravam a exposição. Além das novas obras, o programa público da exposição
oferecerá uma programação cultural diversificada como espetáculos de teatro e
contação de histórias.
Dos Brasis, mais
expressiva exposição de arte afrocentrada dos últimos anos, alcançou um feito
histórico no CCSQ. Em apenas um mês de exibição, a mostra atraiu quase cem mil
visitantes, estabelecendo um novo recorde de público para o espaço cultural em
Petrópolis. Até agora, o número de visitantes já passou de 565 mil.
Em exibição no Quitandinha
desde maio, a exposição celebra a produção artística de artistas negros e
negras brasileiros reunindo 384 obras de 241 artistas do país. Os trabalhos
estão expostos em todo o edifício histórico em mais de 4.000 m² de área expositiva. A
mostra, cujo título foi inspirado em verso do samba “História para ninar gente
grande”, que deu o 20º título à Mangueira, em 2019, é resultado de um trabalho
desenvolvido pelo Departamento Nacional do Sesc, em parceria com os Regionais
de todo o país.
Dos Brasis reúne
sete núcleos temáticos - que têm como referência pensamentos de importantes
intelectuais negros da história do Brasil, como Beatriz Nascimento, Emanoel
Araújo, Guerreiro Ramos, Lélia Gonzales e Luiz Gama. A exposição apresenta
uma diversidade de obras que compreendem a pintura, fotografia, escultura,
instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o
século XXI. A exposição poderá ser vista até março de 2025.
Novas obras em exposição
Obra: "Como é que eu devo fazer um muro no fundo da minha casa"/ técnica: Montagem.
Arthur Bispo do Rosário (Japaratuba
(SE), 1909 – Rio de Janeiro (RJ), 1989): Por décadas, Bispo do Rosário
dedicou-se a inventariar os momentos do seu internato no hospício. Com seus
barcos, bordados, mantos e estandartes, criou um registro visual do seu
cotidiano, escrevendo o nome dos pacientes e visitantes, acessando as memórias
de sua infância no interior de Sergipe e de sua experiência na marinha.
Declarava que suas invenções eram uma tarefa divina. Sua genialidade é índice
de potência que subverte a lógica excludente das instituições normativas.
Obra: "Família de Exus, Pai, Mãe e Filho"/ técnica: Madeira (cedro)
Chico Tabibuia (Silva
Jardim (RJ), 1936): Chico Tabibuia praticou, desde criança, as tecnologias da
construção de moradia com elementos da terra, transmitidas pelo bisavô. Na
adolescência, exerceu a função de cambono em um terreiro de umbanda, em que a
maioria das entidades que baixavam eram exus. A partir de 1986, passou a
representar com frequência, embora não somente, os exus em suas esculturas de
madeira. Sua relação artística ambígua em torno dessa figura resulta dos
encontros com as entidades que, segundo ele, estavam presentes na natureza.
Obra: "O Modelo" / Técnica: Óleo sobre tela
Heitor dos Prazeres: (Rio de
Janeiro, RJ, 1898-1966) Pintor, compositor e músico, marcou o círculo cultural
carioca do século XX, sendo influência fundadora das escolas de samba Mangueira
e Portela, além de autor das mais variadas músicas que marcam a identidade
brasileira. Sua produção plástica inicia-se com o infortúnio do falecimento de
sua esposa, assim, quando Heitor dos Prazeres descobre sua nova faceta
artística, passa a retratar cenas de seu cotidiano no agitado quarto que
ocupava, onde se expressavam através de encontros, saberes da cultura
afro-brasileira das mais diversas rodas.
Obra: "Mami Wata"/ Técnica: Escultura em resina
Nádia Taquary (Salvador
(BA), 1967): É graduada em Letras Vernáculas e especializou-se em Educação,
Estética, Semiótica e Cultura pela Faculdade de Educaçao da Universidade
Federal da Bahia (UFBA).Seu trabalho integra acervos como Pinacoteca de São
Paulo, Museu de Arte Moderna da Bahia, Pérez Art Museum (Miami), entre outros.
Em suas esculturas, instalações e videoinstalações, investiga a presença do
feminino negro no Brasil e seu legado ancestral na construção histórica e
sagrada da cultura afro-brasileira.
Obra: "Emblema 85"/ Técnica: Tinta acrílica sobre tela
Rubem Valentim (Salvador
(BA), 1922 – São Paulo (SP), 1991): Importante escultor, pintor e gravurista,
sua obra participou de importantes exposições pelo mundo e integra acervos como
o do Instituto Inhotim, do Centre Pompidou (França), da Tate Modern
(Inglaterra), entre outros. Estudou Odontologia e Jornalismo e participou do
processo de renovação da arte baiana, junto aos artistas do Caderno da Bahia,
no final dos anos 1940. Cresceu em contato com o sincretismo religioso, em
especial com as manifestações do candomblé, cujos signos estão presentes em sua
obra a partir dos anos 1950.
Serviço
Dos Brasis – Arte e Pensamento
Negro
Onde: Centro Cultural Sesc
Quitandinha (Av. Joaquim Rolla, 2 – Petrópolis, RJ)
Visitação: Terças a domingos e
feriados, das 10h às 17h
Até 09/03/2025
Entrada gratuita
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