Advogada da Lima Vasconcellos Advogados |
A Lei Orgânica da Assistência
Social (LOAS) é um marco na proteção social no Brasil, estabelecendo diretrizes
fundamentais para amparar cidadãos em situação de vulnerabilidade. Um dos
pilares dessa legislação é o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que
assegura um salário mínimo mensal a pessoas idosas a partir dos 65 anos e a
portadores de deficiência, desde que atendidos os requisitos legais. O BPC é um
direito que visa garantir dignidade àqueles que não têm meios de prover sua
própria subsistência, conforme detalha Mayara Vasconcellos, advogada da Lima
Vasconcellos Advogados.
De acordo com a advogada, o
BPC é destinado a idosos com 65 anos ou mais, brasileiros natos ou
naturalizados, ou com nacionalidade portuguesa, cuja renda familiar per capita
seja inferior a 1/4 do salário mínimo. Para as pessoas com deficiência, o
benefício é concedido a quem comprova impedimento de longo prazo, além de
cumprir os mesmos critérios de renda e nacionalidade. A análise da
vulnerabilidade social, que envolve a falta de recursos suficientes para a
manutenção própria ou da família, é central na concessão do BPC. A advogada
ressalta que para que pessoas com deficiência tenham acesso ao BPC, é
necessário comprovar impedimento de longo prazo que limite suas
atividades.
No entanto, o processo de
solicitação do BPC pode ser desafiador. A advogada destaca a complexidade do
procedimento, com múltiplas etapas burocráticas, e a dificuldade em reunir a
documentação necessária como obstáculos frequentes para os requerentes. Além
disso, mudanças recentes na legislação, como as introduzidas pela Lei nº
14.176/2021, que alterou os critérios de renda e requisitos documentais,
aumentaram a complexidade do processo. A advogada também aponta que a inclusão
digital é um fator relevante, uma vez que o processo de solicitação e
acompanhamento frequentemente envolve o uso de sistemas online, o que pode ser
um obstáculo para aqueles sem acesso à tecnologia.
A especialista explica que o
cálculo correto da renda familiar é crucial, sendo um dos principais critérios
para a concessão do BPC. A renda per capita é calculada somando-se todas as
fontes de rendimento dos membros da família e dividindo-se pelo número de
pessoas. Este cálculo deve ser feito de forma precisa para evitar a negativa do
benefício. Para quem tem o pedido de BPC negado, existem opções de recurso,
como a solicitação de revisão administrativa junto ao Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) ou o ingresso com ação judicial, muitas vezes necessária
para garantir o benefício.
Mayara Vasconcellos reforça
que é essencial que os requerentes estejam bem informados e preparados para o
processo. Ela enfatiza a importância de acompanhamento jurídico especializado
para superar as dificuldades do processo burocrático. A advogada observa que,
em tempos de discussões sobre a reforma da previdência e assistência social, o
BPC continua sendo um direito vital para a garantia da dignidade de idosos e
pessoas com deficiência no Brasil.
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