Dr. Julio Vieira de Melo |
Um levantamento feito pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou mais de 70 mil casos novos de câncer de próstata no Brasil para o ano de 2023. O número chama a atenção para a importância da saúde do homem. Neste mês, a campanha novembro azul destaca que o diagnóstico precoce é fundamental para maiores taxas de cura da doença.
Médico do Centro de Terapia Oncológica (CTO), Julio Vieira de Melo, explica que
nos estágios iniciais, os tratamentos para o câncer de próstata geralmente
envolvem cirurgia ou radioterapia, que alcançam taxas de cura de até 80%. Em
casos mais avançados, esta taxa é reduzida, mas os avanços na área permitem,
segundo ele, o controle da doença em muitos casos.
Para o rastreamento do câncer de próstata, o médico destaca o exame de PSA, um
teste de sangue que mede a concentração de uma proteína produzida pela
próstata. Níveis elevados de PSA podem indicar alterações na glândula, que
podem estar associadas ao câncer, mas também a condições benignas como
prostatite e hiperplasia prostática benigna. Diante de um resultado alterado,
exames complementares podem ser solicitados para uma avaliação mais detalhada.
Além disso, são feitos os exames clínicos, o toque retal e exames de imagem,
como ultrassonografia, tomografia e ressonância. "Estes são realizados
durante consultas clínicas ou urológicas, possibilitando o diagnóstico em fases
iniciais", afirma o médico.
Entre os fatores de risco para a doença estão: idade, história familiar,
obesidade, raça (homens negros têm risco aumentado) e, normalmente ocorre em
homens com mais de 50 anos, sendo o pico de incidência entre 65 e 70 anos. A
Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)recomenda que homens sem histórico
familiar iniciem os exames de rastreamento aos 50 anos; homens com alto risco
(negros e com história familiar) aos 45; homens com altíssimo risco (vários
parentes com diagnóstico de câncer de próstata antes dos 50 anos), aos 40.
Para evitar o câncer de próstata, o médico indica que hábitos saudáveis são
fundamentais. “É difícil falar em prevenção e câncer, mas sabemos que a prática
regular de atividades físicas, uma alimentação balanceada, a cessação do
tabagismo e o consumo moderado de álcool podem contribuir para reduzir o risco
de desenvolvimento da doença”, conclui.
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