Equipamentos para atualizar supercomputador Santos Dumont chegaram a Petrópolis nesta terça-feira |
Os 45 volumes que armazenam os equipamentos que
compõem o supercomputador Santos Dumont 2024 chegaram ao Laboratório Nacional
de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis nesta terça-feira, 12, às 13h,
depois de duas horas de viagem desde que partiram saíram do RIOgaleão Cargo. Adquirido pelo LNCC
através de um contrato de financiamento pela Petrobras, os equipamentos tiveram
um custo de de US$ 19,4 milhões. E, para atender todas as especificidades
da carga e exigências do seguro internacional contratado, a B&A Logística
Internacional começou a planejar e trabalhar na logística de importação e
transporte das cerca de 20 toneladas de equipamentos, em janeiro de 2024.
Quando a carga foi liberada pela empresa Eviden,
linha de negócios líder do Grupo Atos em computação avançada, que fica na
França e desenvolveu o supercomputador Santos Dumont, todo o processo para
importação e transporte já estava planejado.
O trabalho internacional
No dia 05 de novembro, Valeria Barbosa e Thiago
Amorim, CEOs da B&A Logistica
Internacional viajaram para Angers, na França para despacharem a mercadoria. “Nosso
trabalho começa na análise documental para que quando chegue a hora de
liberação alfandegaria junto à Receita Federal esteja tudo correto, assim como
são verificadas as embalagens antes do embarque na origem para que não dê
problemas e gere atrasos na vistoria do Ministério da Agricultura e Pecuária,
bem como todas as certidões para liberação junto a Secretaria de Fazenda do Rio
de Janeiro (SEFAZ). A análise de todos os documentos é primordial para que
nenhuma etapa do processo seja comprometida, por isso fomos monitorar pessoalmente
toda operação de liberação da mercadoria pela empresa”, explica Valéria
Barbosa.
Foi nesse processo que eles
encontraram um dos obstáculos enfrentados nesse trabalho: conseguir coletar a
carga na fábrica no mesmo dia em que ela ficou disponível e chegar em tempo de despachar
no aeroporto de Paris, uma distância de quatro horas de viagem. “Isso aconteceu
na sexta-feira e tínhamos horário de entrega da mercadoria no setor de cargas
do aeroporto de Paris. Foi um momento de apreensão, já que a companhia aérea
não poderia receber durante o final de semana e estávamos com o voo marcado
para a manhã de domingo na aeronave fretada. Mas, tudo deu certo”, comemora a
CEO da B&A Logística Internacional.
E o receio de perder o voo
contratado tinha razão de ser, pois não há mais aeronaves cargueiras fazendo
transportes de Paris para o Rio de Janeiro. A solução foi conseguir uma
aeronave que tivesse disponibilidade de trazer a carga, que tem um seguro
internacional exigente e não pode ter escalas, precisa ter voo direto. Além
disso, a mercadoria não pode ser empilhada para não haver danos. “A escolha do Boeing
767 pela Amerijet International como avião de transporte foi estratégica, tendo
em vista a necessidade de um voo charter com capacidade para grandes volumes e
alta tecnologia”, explicou ela.
O voo decolou do Aeroporto de Paris Charles de Gaulle
na manhã de domingo, 10, e chegou ao RIOgaleão Cargas na madrugada desta
segunda-feira, 11. Representantes das empresas envolvidas na importação dos
equipamentos receberam a mercadoria no local. Durante todo o dia, a equipe da
B&A Logística Internacional trabalhou na libertação da carga junto a
Alfândega Brasileira, Ministério da Agricultura e Pecuária e demais órgãos e
conseguiu a resposta positiva no final do mesmo dia.
Transporte para Petrópolis
O transporte dos volumes para Petrópolis, na manhã
desta terça-feira, foi realizado por um comboio, composto por três caminhões
pneumáticos, três carros de escolta e dois veículos de apoio para empilhadeiras.
Por tratar-se de uma carga sensível e pesada, a velocidade máxima do comboio foi
de 60 km/h. No entanto, para minimizar o impacto no tráfego, foi permitida a
ultrapassagem, pois cada caminhão contou com escolta individual.
E a chegada ao LNCC foi comemorada por todos os
envolvidos. “Foi uma operação de logística gigantesca, com muitas exigências e
detalhes. Tivemos que planejar meticulosamente cada fase do processo. E nos
sentimos muito felizes em termos entregado com segurança os equipamentos do
supercomputador Santos Dumont, que vai aumentar sua capacidade de realizar os
trabalhos de tantas pesquisas importantes para todo o mundo”, comemora Valéria
Barbosa.
“A logística para trazer uma máquina dessa, com cerca
de 20 toneladas e custo de aproximadamente R$ 100 mil, é uma coisa bem
complexa. No meu ponto de vista o trabalho de logística foi conduzido com
excelência”, reconhece Wagner Léo, Coordenador da área de tecnologia do LNCC.
A B&A Logística Internacional
A B&A Logistica venceu a
licitação feita pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) em 2018 e em
2023. Com isso, todas os processos de importação e exportação do CBPF e os
Institutos e Laboratórios vinculados a ele sejam feitas única e exclusivamente
pela B&A.
Com seus CEOs Valéria Barbosa
e Thiago Amorim tendo mais de 25 anos de experiência, a B&A Logística
Internacional, fundada em 2009, atende grandes empresas de diversos setores
como laboratórios, museus, varejo e Oil & Gas e oferece soluções logísticas
personalizadas para enfrentar a complexidade do comércio global, sempre com
foco na eficiência, confiabilidade e entrega pontual.
Além disso a empresa é
parceira da WCA Inter Global, garantindo excelência e acesso estratégico aos
mercados mundiais para nossos clientes.
O supercomputador Santos Dumont
O supercomputador Santos Dumont, instalado desde 2015 no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), recebeu os novos equipamentos, adquiridos através de projeto de cooperação com a Petrobras, desenvolvidos pela empresa Eviden, linha de negócios líder do Grupo Atos em computação avançada, devem chegar ao Brasil no dia 11 de novembro.
Em 2019, com a iniciativa
do consórcio de Libra, liderado pala Petrobras, o Santos Dumont
aumentou sua capacidade para conduzir a comunidade científica para um novo
patamar de pesquisa e desenvolvimento e, agora, a atualização do equipamento
permitirá que mais projetos de pesquisa brasileiros possam ser atendidos e
aqueles, que já usam o Santos Dumont, possam concluir mais rapidamente suas
simulações e análises de dados, ou seja, a ciência brasileira poderá avançar
mais rápido e em mais áreas do conhecimento. Essa atualização se tornou a
primeira etapa do audacioso e consistente Plano Brasileiro de Inteligência
Artificial (PBIA).
O que difere um computador de
um supercomputador é a capacidade para atender a projetos de grande escala, ou
seja, são Petascala, sistemas de computação capazes de calcular pelo menos
10 elevado a 15 operações matemáticas de ponto flutuante por segundo (1 peta =
1 quatrilhão), usados para processamento de cálculos complexos e tarefas
extensas, empregados em pesquisas científicas com grandes volumes de dados.
O Santos Dumont mudou a forma
como muitos cientistas brasileiros trabalham e exemplo disso, são as pesquisas
para a criação de vacinas. Uma vacina é normalmente desenvolvida em três
etapas. Na primeira (etapa pré-clínica), uma vacina é testada em animais, e
para acelerar o desenvolvimento dessa etapa, um computador pode ser utilizado
para simular esses testes, de forma muito mais rápida e sem o envolvimento de
animais, eliminando rapidamente vacinas candidatas que não se comportam bem já
nessas simulações. E para uma simulação desse tipo é necessário o uso de um
supercomputador como o Santos Dumont.
Antes do Santos Dumont, os
cientistas precisavam recorrer a supercomputadores de instituições no exterior
para fazer essas simulações, aumentando o custo de produção das vacinas. O mesmo
vale para várias outras áreas, como aviação e energias renováveis, por exemplo.
Qualquer cientista brasileiro que apresente um projeto, em que fique clara a
necessidade de usar um supercomputador com a capacidade do Santos Dumont, pode
utilizá-lo.
Com a atualização, o Santos
Dumont estará de volta ao Top 500 do Mundo como o mais rápido
computador da América Latina dedicado à pesquisa científica, e trará três
grandes benefícios para a comunidade científica nacional: ampliar a capacidade
de atender um número maior de projetos científicos; expandir a capacidade de
atender os projetos atuais viabilizando simulações numéricas de fenômenos
físicos, econômicos ou sociais mais complexos e treinamentos de sistemas de
inteligência artificial mais sofisticados; e ainda permitir que os projetos que
já estão em andamento ou que venham a entrar, futuramente, no sistema possam
receber um retorno mais rápido dos resultados de suas simulações e análise de
dados.
Com o aumento da capacidade do
Santos Dumont a ciência brasileira poderá avançar mais rápido e em mais áreas
do conhecimento!
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