Num ato poderoso para promover aceitação e respeito às diferentes religiões e crenças, a 4ª Caminhada Contra as Intolerâncias e o Racismo Religioso acontece em Petrópolis nesta quarta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra.

 

Com a presença de umbandistas, candomblecistas, católicos, evangélicos, budistas, islâmicos e ateus - e aberto a todos aqueles que lutam por respeito e igualdade -, o ato se concentra às 9h30 na Praça da Inconfidência, saindo às 10h em direção à Praça da Liberdade. Ao fim da marcha, uma homenagem a Zumbi dos Palmares, representando toda a ancestralidade negra, será realizada.

 

Organizado pelo Coletivo do Povo do Santo, em parceria com o Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), e com apoio da Prefeitura de Petrópolis, o evento apresentará uma rica programação, incluindo oportunidades de diálogo sobre a importância do respeito incondicional a todas as crenças para o estabelecimento de uma cultura de paz.

 

E nessa celebração da diversidade, a marcha simboliza a possibilidade de construir uma sociedade mais inclusiva, na visão do pai de santo Pedro Nogueira, do Templo Caboclo Sr. Ogun 7 Escudos.

 

“O ato é uma oportunidade para toda a sociedade petropolitana se conscientizar e reafirmar seu compromisso com a coexistência pacífica. Em um mundo diversificado, é fundamental reconhecer a beleza da pluralidade de crenças, construindo uma sociedade inclusiva e plena de respeito às individualidades e diversidades. ‘Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele’, já disse Luther King”, afirma Pai Pedro, que também é organizador do Coletivo do Povo do Santo.

 


Visibilidade como meio de transformação

 

O Disque Antirracista de Petrópolis atendeu, somente no ano passado, 13 casos de racismo religioso no município. No entanto, a estimativa é de que em todo o Estado do Rio de Janeiro, sejam registrados três casos de ataques a templos e adeptos por dia - número que acentua a necessidade de avançar no tema da liberdade e direito ao culto e à crença.

 

“Embora legalmente se tenha a garantia de liberdade ao culto, vários terreiros são atacados cotidianamente. Por isso, é importante que todos, indiferente da religião e da crença, venham caminhar no dia 20, para que o direito à fé e à prática de culto seja resguardado”, convida Tatiane Lanzetti, assessora jurídica do CDDH.

 

E vincular a Marcha à Festa Afro Ubuntu vem como uma forma de promover políticas públicas que celebram a pluralidade e um diálogo inclusivo, na opinião da presidenta do Instituto Municipal de Cultura (IMC), Diana Iliescu.

 

“Esta manifestação cultural celebra a diversidade e oferece visibilidade a um segmento da população que, por muito tempo, foi silenciado e invisibilizado. Estamos imensamente felizes em apoiar essa importante expressão, reafirmando o compromisso da Prefeitura em reconhecer e valorizar as culturas afro-brasileiras como parte essencial de nossa identidade cultural”, afirma ela.

 

Sobre o Coletivo

 

O Coletivo do Povo do Santo é um grupo formado por adeptos de religiões afro-brasileiras e afro-ameríndias, que atuam na criação de ações contra o racismo religioso em Petrópolis, assim como na elaboração de festividades e divulgação da cultura afro.

 

Serviço:

 

Marcha do Povo de Santo

Data: Quarta-feira (20 de novembro)

Horário: concentração às 9h30 / saída às 10h

Local: Praça da Inconfidência - Centro

Trajeto: Rua do Imperador, Rua Dr. Nelson de Sá Earp e Praça da Liberdade

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