Vereadora Júlia Casamasso e a presidente do Afro Serra, Monica Valverde |
O jongo poderá ser
considerado patrimônio imaterial em Petrópolis. O plenário da Câmara Municipal
aprovou o projeto de lei (PL), de autoria da vereadora Júlia Casamasso, que
propõe o reconhecimento municipal do “jongo do sudeste", como também é
chamado, já declarado patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (IPHAN) e pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O
PL agora segue para apreciação do Poder Executivo.
O jongo é uma manifestação cultural afro-brasileira, caracterizada
por dança, música e canto, originária das comunidades quilombolas do sudeste do
Brasil, e foi considerado patrimônio imaterial em outros municípios do Rio de
Janeiro e São Paulo. “A aprovação do PL permitirá ao Poder Público e às
entidades culturais estabelecerem políticas e ações concretas para o incentivo,
a difusão e fortalecimento do Jongo, envolvendo a comunidade e preservando essa
manifestação como parte integrante do patrimônio cultural e histórico da nossa
cidade”, explica a vereadora Júlia.
A proposta do projeto de lei foi apresentada pela presidente do Grupo
Afro Serra, a produtora cultural Monica Valverde, no contexto do “Protocolaço”,
iniciativa pioneira do mandato de Júlia. Durante três meses, o gabinete da
vereadora esteve aberto para receber e protocolar ideias de projetos de lei e
ações legislativas diretamente da população. Em encontros no gabinete com a
população, a vereadora explicou o funcionamento do legislativo municipal,
detalhando a tramitação das matérias e demonstrando como os cidadãos poderiam
protocolar suas próprias propostas no sistema.
O jongo é uma forma de louvação aos antepassados e de afirmação de
identidades, e tem suas raízes nos
saberes e crenças dos povos africanos, em especial os da língua bantu. No
Brasil, o jongo se consolidou entre os escravos que trabalhavam nas lavouras de
café e cana. A manifestação compreende dança, música, canto e poesia, e tem
sido transmitida de geração em geração na cidade de Petrópolis, como expressão
de identidade, memória e resistência da população negra.
Reconhecer o jongo como patrimônio imaterial de Petrópolis é
fundamental para salvaguardar e valorizar essa riqueza cultural, garantindo sua
preservação e fomentando sua divulgação e continuidade. “Ao promover a proteção
e a promoção do jongo, estaremos contribuindo para a valorização da diversidade
cultural e o fortalecimento de outras memórias e histórias que construíram a
nossa cidade”, conclui Júlia.
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