Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil enviou de navio mais de 160 pinturas doadas por 70 artistas modernistas para serem exibidas e leiloadas no Reino Unido. O documentário Arte da diplomacia, de Zeca Brito, investiga este gesto de diplomacia cultural que uniu territórios e definiu o papel do país na luta contra o nazifascismo. Neste sábado, 11 de janeiro de 2025, às 17h, o público terá a chance de debater o filme, que traz um fato desconhecido da história das artes plásticas brasileira, com o diplomata Hayle Gadelha, o artista-plástico Luiz Aquila e a produtora Celina Torrealba. A entrada é franca e reservas podem ser feitas pelo WhatsApp 24 992 566 532.


Na Londres de 1944, em meio aos bombardeios da guerra, a arte moderna brasileira era apresentada ao mundo pela primeira vez. “Tem uma certa provocação em mandar para os inimigos da Alemanha justamente o tipo de arte que o próprio Hitler mais detesta”, avalia a pesquisadora Clara Marques em uma das falas do filme. Arte da diplomacia retrata os meandros deste ato de resistência, que ficou esquecido por décadas, enquanto procura novos significados para a arte moderna brasileira do período.


“O filme investiga o modernismo brasileiro em seu primeiro levante de internacionalização”, afirma o diretor Zeca Brito. O longa foi exibido na Argentina, no 11º FIDBA – Festival Internacional de Cine Documental de Buenos Aires, passou na mostra de São Paulo e abriu o Festival do Rio em 2024. “Um fascinante episódio em que os artistas e suas obras influenciaram na composição geopolítica, e posicionaram simbolicamente o país na Segunda Guerra Mundial– arte como soft power no combate ao nazifascismo”, conclui Brito.


Baseado nas pesquisas do diplomata Hayle Melim Gadelha, o documentário traz relatos de diferentes críticos e historiadores da arte com gravações em Londres e Rio de Janeiro. Com diferentes versões e perspectivas, participam ainda a crítica de arte brasileira Aracy Amaral e a inglesa Dawn Adès, as historiadoras Glaucea Britto e Anita Leocadia Benário Prestes, além de familiares dos artistas que participaram da exposição em Londres, como a pesquisadora Lisbeth Rebollo e o pintor Luiz Aquila.


Arte da diplomacia é uma produção da Anti Filmes, em coprodução com Boulevard Filmes e Donna Features. Assinam a produção: Celina Torrealba, Frederico Ruas, Letícia Friedrich, Sergio Carpi e Zeca Brito. No ano passado, foi o filme escolhido para abrir o Festival do Rio com a presença de importantes personalidades e políticos, depois dos atos hediondos em Brasília contra as artes e instituições democráticas brasileiras do dia 8 de janeiro de 2023.


Com apoio do projeto “Cineclube Raul Lopes para Todos”, o evento é promovido pelo Cineclube CSZ, e é uma realização do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro e tem o apoio da Petrópolis Film Commission, através da Lei Paulo Gustavo.

 


Sobre Zeca Brito

Zeca Brito é cineasta, atuando como diretor, produtor e roteirista. Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é graduado em Realização Audiovisual pela Universidade do Vale dos Sinos e em Poéticas Visuais pela UFRGS. Foi diretor do Instituto Estadual de Cinema do Rio Grande do Sul (2019- 2023). Dirigiu e roteirizou curtas e longas-metragens exibidos e premiados no Brasil e no exterior; “O Guri” (2011), “Glauco do Brasil” (2015), “Em 97 Era Assim” (2017), “A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro” (2018), “Grupo de Bagé” (2018), “Legalidade” (2019), “Trinta Povos” (2020) e “Hamlet” (2022).

  

Serviço:

Arte da diplomacia – exibição do documentário com a presença de Hayle Gadelha, Celina Torrealba e Luiz Aquila

Sábado, 11 de janeiro 2025, 17h

Rua Gonçalves Dias, 34, Valparaiso

Entrada franca


Post a Comment

Gostou da matéria? Deixe seu comentário ou sugestão.

Postagem Anterior Próxima Postagem

PUBLICIDADE


 

PUBLICIDADE