Horário de pico,
irregularidades no trânsito, congestionamento e muita reclamação. O dia a dia
do petropolitano tem se tornado mais caótico, nas últimas semanas, com a volta
às aulas e o aumento na quantidade de veículos nas ruas. As fortes retenções já
comprometem mais de 70% dos horários dos ônibus. Diante disso, o Setranspetro
faz um apelo aos condutores e pedestres, com iniciativas que possam dar fluidez
ao tráfego de veículos e diminuir o tempo no trânsito.
Segundo o Código de Trânsito
Brasileiro (CTB), a conversão à esquerda em via de mão dupla é um dos
principais problemas identificados nas cidades. A ação é proibida em
determinadas situações, como nos locais sinalizados com faixa amarela dupla e
contínua. O descumprimento desta regra, normalmente, interrompe todo um fluxo
de veículos, provocando congestionamento no trecho.
“Geralmente, os condutores
preferem parar o trânsito, ao invés de utilizar uma rotatória existente ou um
retorno próximo. A cada momento que um veículo para, alguns segundos de
retenção são gerados e, ao final de um período, pode totalizar intensos minutos
no trânsito”, destacou Carla Rivetti, superintendente do Setranspetro.
Outros fatores também
contribuem para os engarrafamentos em Petrópolis, sendo eles o estacionamento
irregular nas vias e calçadas, manobra errada, automóveis parados em áreas
escolares, carga e descarga em horário comercial, obras sem comunicado prévio
ao órgão gestor, sem qualquer tipo de planejamento para a fluidez no trânsito
e, até mesmo, o fato de uma pessoa atravessar a rua fora da faixa de pedestre.
“Quando existem muitos veículos
nas ruas, qualquer fator, que parece pequeno, pode virar um polo gerador de
congestionamento. Entendemos todas as necessidades de deslocamento, mas é
necessário que a população, em especial, os condutores, se conscientizem,
cumprindo com as regras de trânsito e, se possível, evitando deslocamentos em
horários de pico, para melhorar a mobilidade urbana da cidade”, disse Carla
Rivetti.
Trânsito prejudica transporte público
Segundo levantamento
realizado, nesta semana, pelas empresas de ônibus Cidade Real, Cidade das
Hortênsias e Turp Transporte, as retenções mais intensas são registradas em,
pelo menos, 33 vias, espalhadas em 11 regiões do município. Os horários de pico
são compreendidos das 6h30 às 8h30, 11h às 14h e 16h30 às 19h30. Nestes
momentos, inclusive, a velocidade média dos ônibus é reduzida em 35%, passando
de 17km/h para apenas 11km/h.
Na tarde da última
quarta-feira (19), o transporte público totalizou 88 linhas de ônibus
completamente retidas no trânsito, em diversas ruas da cidade, resultando em
uma série de atrasos e perdas de viagens. A Cidade Real, por volta das 18h30,
chegou a identificar 31 linhas paradas nas imediações da Avenida Ipiranga e
Duas Pontes, com atrasos superiores a 40 minutos entre as viagens.
No mesmo momento, no Quissamã,
a Cidade das Hortênsias apresentava atrasos de 25 minutos na operação, após um
acidente envolvendo uma motocicleta e um carro particular na região, além de um
caminhão que realizava, de forma irregular, descarga na via, obstruindo uma das
pistas, prejudicando todo o trânsito.
A Turp Transporte também
enfrentou forte retenção na Estrada União e Indústria, próximo ao Shopping
Itaipava, após um poste pegar fogo. Sete linhas de ônibus foram afetadas.
Durante toda a tarde, somente entre o Terminal Itaipava e o Horto Mercado, o
itinerário que, normalmente, é realizado em apenas sete minutos, teve o tempo
de percurso ampliado para 26 minutos.
Diante dos casos registrados,
o Setranspetro e a CPTrans estão em diálogo para propor e colocar em prática
alternativas para melhorias no trânsito.
98,1% das viagens realizadas
A falta de mobilidade urbana
em Petrópolis interfere diretamente na operação dos ônibus, resultando em
atrasos e perdas de viagens. Além do excesso no número de veículos no município
que, de acordo com o Detran, já ultrapassa 200 mil em circulação, outros
fatores ainda agravam o atendimento das operadoras, prejudicando os passageiros
que utilizam os ônibus.
Somente em janeiro deste ano,
as empresas cumpriram 98,1% das viagens programadas no município, conforme
dados disponíveis para consulta pública junto à CPTrans, por meio do Sistema de
Monitoramento por GPS, podendo, inclusive, pagar multa em casos de não
cumprimento. Embora o alto índice, as operadoras temem que os consecutivos
engarrafamentos prejudiquem os resultados, afetando diretamente a população.
“Ao todo, foi identificado que
1,9% das viagens não realizadas pelas operadoras foram em razão dos problemas
de trânsito e menos de 0,02% por motivo de falha mecânica. Ou seja, todas as
empresas estão devidamente preparadas e com frota suficiente para suprir as
necessidades dos passageiros, mas prejudicadas pelo trânsito, que impede o
cumprimento dos horários”, concluiu Carla Rivetti.
Os impactos na região Central
são identificados, com mais intensidade, nas ruas: Paulo Barbosa, Visconde do
Bom Retiro, Imperador, Marechal Floriano Peixoto, Alberto Torres, Ipiranga,
Imperatriz, Raul de Leoni, Koeler, 13 de Maio, 7 de Abril, Montecaseros,
Roberto Silveira, Dr. Sá Earp, Paulino Afonso e Washington Luiz. As retenções
também acontecem nas regiões do Itamarati, Coronel Veiga, Bingen, Quitandinha,
Alto da Serra, Retiro, Carangola, Corrêas, Itaipava e Bonsucesso.
Cidade Real
Com 63 linhas prejudicadas
todos os dias, a Cidade Real destaca os impactos da linha 100 – Rodoviária
Bingen que, desde o início das aulas, aumentou cinco vezes o tempo de um dos
percursos. Normalmente, o trecho de apenas dois quilômetros, entre a Rua Bingen
e a saída da Rua Paulino Afonso, é realizado em seis minutos. Nos últimos dias,
o mesmo trajeto totaliza o tempo médio de 30 minutos.
Registrando interferências no
trânsito no Centro, em especial, na Avenida Ipiranga, a empresa ainda destaca
ruas como a Bingen, Dr. Paulo Hervé e General Rondon. Entre as linhas afetadas,
estão: 010, 019, 100, 103, 104, 105, 106, 107, 108, 110, 113, 114, 115, 116,
118, 119, 122, 123, 124, 129, 132, 133, 134, 136, 139, 145, 151, 152, 153, 155,
156, 157, 158, 161, 162, 163, 164, 165, 166, 167, 168, 170, 172, 173, 174, 175,
176, 178, 179, 180, 181, 182, 183, 184, 185, 186, 187, 188, 189, 190, 192, 193
e 195.
Cidade das Hortênsias
Segundo a empresa, até 18 de
fevereiro, pelo menos, uma viagem completa por dia não foi cumprida por motivo
de trânsito. Entre as linhas mais impactadas, estão a 300, 318, 323, 330, 335 e
340. Por este motivo, a operadora oficiou a CPTrans, na última segunda-feira
(17), informando os motivos das perdas de viagem, em especial, na região do
Itamarati.
A Cidade das Hortênsias ainda
destacou o intenso fluxo de veículos e sucessivos congestionamentos na Rua 13
de Maio, seguido por toda a região do Retiro e também nas proximidades do
Carangola.
Turp Transporte
Uma das empresas mais
afetadas, por possuir linhas que operam por trechos mais extensos, a Turp
Transporte registrou, nos primeiros 10 dias de fevereiro, a perda de 106
partidas, por problema de trânsito. A linha 700 – Terminal Itaipava, que
percorre por 19,9 quilômetros em uma única partida, em um tempo normal de 53
minutos, viu o tempo médio das viagens ter aumento de quase 35%, com a volta às
aulas, chegando a 1h12 em cada partida.
As maiores retenções são
registradas entre o Terminal Itaipava e Trevo de Bonsucesso, Terminal Corrêas e
Ponte de Corrêas, Retiro ao Palhoça e Rua Coronel Veiga. As linhas afetadas
são: 070, 603, 606, 613, 617, 618, 636, 637, 643, 646, 650, 652, 654, 660, 661,
670, 672, 692 e 700.
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