O Fevereiro Roxo é uma campanha de conscientização que busca alertar a população sobre três doenças crônicas: Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus. Essas condições, apesar de distintas, têm em comum o impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes e a necessidade de diagnóstico precoce e tratamento adequado. Para esclarecer dúvidas sobre essas doenças, os dois médicos especialistas da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP): o reumatologista Dr. Paulo Giacomazzi e o geriatra Dr. Carlos Gazanego, explicam cada doença e a necessidade de as pessoas estarem sempre atentas aos cuidados com a saúde.


Qual a importância da Campanha Fevereiro Roxo?

Dr. Carlos Gazanego (Geriatra)

A campanha reforça a importância do apoio familiar e social aos pacientes, que muitas vezes enfrentam desafios físicos e emocionais. A informação é a melhor ferramenta para promover a saúde e o bem-estar.


Dr. Paulo Giacomazzi (Reumatologista)

O Fevereiro Roxo é fundamental para informar a população sobre essas doenças, que muitas vezes são subdiagnosticadas ou mal compreendidas. A conscientização ajuda a reduzir o estigma e incentiva as pessoas a buscarem ajuda médica ao perceberem sintomas suspeitos.


O que é o Alzheimer e como identificar os primeiros sinais?

Dr. Carlos Gazanego (Geriatra)

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta principalmente a memória e as funções cognitivas. Os primeiros sinais incluem esquecimentos frequentes, dificuldade para realizar tarefas cotidianas, desorientação no tempo e no espaço, e alterações de humor e comportamento. É fundamental buscar avaliação médica ao perceber esses sintomas, pois o diagnóstico precoce permite intervenções que podem retardar a progressão da doença.


Quais são os principais sintomas da Fibromialgia e como ela é tratada?

Dr. Paulo Giacomazzi (Reumatologista)

A Fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor crônica e generalizada, fadiga, distúrbios do sono e alterações cognitivas, como dificuldade de concentração e memória. O tratamento é multidisciplinar, incluindo medicamentos, atividade física regular, terapia cognitivo-comportamental e técnicas de relaxamento. É importante destacar que a fibromialgia não tem cura, mas o manejo adequado pode melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente.


O que é o lúpus e como ele se manifesta?

Dr. Paulo Giacomazzi (Reumatologista)

O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune crônica, ainda sem cura, que pode afetar múltiplos órgãos, a exemplo: pele, pulmão, articulações, rins e cérebro. Os sintomas variam de acordo com o órgão afetado, mas os mais comuns são fadiga, dor nas articulações (mãos em especial), lesões avermelhadas na pele (especialmente após exposição solar em região da face, braços e tronco), perda de peso e febre sem explicação (Sem infecção aparente). É uma doença que ocorre majoritariamente em mulheres, especialmente jovens, mas podendo acometer qualquer faixa etária. Por se tratar de uma doença em que a imunidade da pessoa está desregulada e promove inflamação crônica dos órgãos, o diagnóstico precoce e o tratamento com medicamentos imunossupressores (medicações que regulam a imunidade, mas podem diminuir a capacidade do corpo de se defender de infecções) são essenciais para controlar a doença. A inflamação crônica de um Lúpus Sistêmico não tratado pode gerar sequelas irreversíveis, e o tratamento adequado requer boa aderência e disciplina. Apesar da potencial gravidade, o tratamento pode resultar em melhora da qualidade de vida e remissão sustentada, isto é, períodos em que a doença não inflama o corpo e está sob controle. É importante frisar a necessidade de cessar o tabagismo e reduzir exposição solar para evitar que a doença piore. A atividade física é extremamente recomendável e sendo encorajada em quase todos os casos em que a pessoa é capaz de realizá-lo. O acompanhamento regular com reumatologista é vital, mesmo com a doença em remissão, bem como o acompanhamento com demais profissionais de saúde que se façam necessários.


Como o diagnóstico precoce pode impactar o tratamento dessas doenças?

Dr. Carlos Gazanego (Geriatra)

No caso do Alzheimer, o diagnóstico precoce permite iniciar terapias que podem retardar a progressão dos sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Já para a fibromialgia e o lúpus, o diagnóstico precoce ajuda a evitar complicações e a estabelecer um plano de tratamento eficaz, reduzindo o impacto das doenças no dia a dia.

Ambos os especialistas finalizam a entrevista ressaltando que é fundamental as pessoas fazerem um check-up anual.

 

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