A Prefeitura de Petrópolis,
por meio da Secretaria Municipal de Saúde, inicia nesta quinta-feira (27) a
campanha de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Será
realizada uma campanha de conscientização com a distribuição de preservativos
no centro da cidade e nas unidades de saúde. Os preservativos também serão
disponibilizados nos terminais de ônibus urbanos.
“O período de Carnaval é uma
época de grande mobilização e a conscientização da população é fundamental na
luta contra as ISTs. A prefeitura oferece gratuitamente meios de prevenção para
garantir a saúde de todos” reforçou o prefeito Hingo Hammes.
Para fortalecer a campanha de
distribuição de preservativos, a Secretaria de Saúde fez uma parceria com os
blocos carnavalescos para que sejam distribuídos pelas próprias agremiações.
Além disso, nas redes sociais da prefeitura serão publicadas ações para
conscientizar os foliões.
“Quando o carnaval está se
aproximando, as equipes da atenção primária à saúde são incentivadas a ampliar
a oferta de testes rápidos e insumos de prevenção, além de abordar o tema com a
população nas palestras realizadas em instituições parceiras” explicou o
Secretário Municipal de Saúde, Luís Cruzick.
As infecções Sexualmente
Transmissíveis (IST) podem ser prevenidas com o uso de preservativos (masculino
ou feminino). Caso a pessoa seja infectada, existe tratamento na rede pública
que melhora sua qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão.
Atualmente, existem 1.547 pessoas diagnosticadas com HIV em Petrópolis e que
estão cadastradas na unidade dispensadora de medicamentos (UDM) da Secretaria
Municipal de Saúde.
O HIV é uma sigla em inglês
para vírus da imunodeficiência humana, causador da Aids, uma Síndrome da
Imunodeficiência Humana, transmitida pelo vírus HIV, caracterizada pelo
enfraquecimento do sistema de defesa do corpo e pelo aparecimento de doenças
oportunistas. Uma pessoa que vive com HIV (PVHIV) em tratamento e com carga
viral indetectável há seis meses não transmite o vírus por via sexual.
Prevenção ao HIV
PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV)
A Profilaxia Pré-Exposição ao
HIV é um medicamento distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que consiste
no uso de antirretrovirais para reduzir o risco de adquirir a infecção por esse
vírus. Essa estratégia se mostrou eficaz e segura em pessoas com risco
aumentado de adquirir a infecção. Em Petrópolis, médicos, enfermeiros e
farmacêuticos fazem a prescrição e o seguimento dos usuários em uso de PrEP
para garantir a oferta do cuidado. As consultas são previamente agendadas por
telefone ou presencialmente. Não há fila de espera.
A equipe do SAE vem
capacitando profissionais de outros serviços de saúde para que a oferta da PREP
seja ampliada no município. Atualmente, além do SAE, a PrEP está disponível no
ambulatório de saúde LGBTQIA+, na USB Itamarati e no Centro de Saúde Coletiva
Professor Manoel José Ferreira. A intenção é que todas as unidades básicas de
saúde sejam treinadas para oferecer a PrEP à população.
O autoteste
O autoteste é uma estratégia
do Ministério da Saúde (MS) para ampliar o número de indivíduos testados,
podendo aumentar o número de pacientes diagnosticados e encaminhados ao
tratamento, bem como contribuir para a diminuição da transmissão. Ao usuário de
PREP são oferecidos até seis autotestes de HIV, sendo um para ele e os demais
para testar as parcerias. O usuário de PREP é orientado a encaminhar a parceria
ao serviço sempre que o autoteste for de difícil leitura ou reagente. O
autoteste também está disponível em nossa unidade para qualquer pessoa com
interesse em obtê-lo.
PEP (Profilaxia Pós-Exposição de risco à infecção pelo HIV)
A Profilaxia Pós-Exposição
(PEP) de risco à infecção pelo HIV consiste no uso de medicamentos para reduzir
o risco de adquirir essa infecção. A PEP é indicada após avaliação por
profissional de saúde na ocorrência de acidente com material biológico,
violência sexual e relação sexual desprotegida consentida.
A PEP é considerada uma
urgência e por isso está disponível em todas as unidades de pronto-atendimento
do município, além do SAE. Ela deve ser iniciada em até 72 horas depois da
exposição. No último quadrimestre de 2024, as equipes da UPH Pedro do Rio e Posse
foram treinadas pela equipe do SAE e já oferecem a profilaxia pós-exposição de
risco à infecção pelo HIV à população. A PEP consiste na tomada de medicamento
por 28 dias e o seguimento da profilaxia é feito no SAE por enfermeiro e
encaminhado ao médico quando necessário.
Testes rápidos para IST/HIV/Aids, Hepatites B e C e sífilis
Os testes rápidos são
práticos, confiáveis e de fácil execução, podem ser realizados com a coleta de
uma gota de sangue na ponta do dedo ou ainda pode ser amostra de fluido oral
(HIV), e fornecem o resultado em, no máximo, 30 minutos.
No SAE, a testagem é oferecida
diariamente por demanda espontânea. A oferta de teste rápido é uma importante
estratégia para o diagnóstico precoce das infecções sexualmente transmissíveis
permitindo o tratamento e a interrupção da cadeia de transmissão. Uma
estratégia para a ampliação da oferta do serviço é a sua divulgação pelas suas
redes sociais.
Os testes rápidos para HIV,
Sífilis e Hepatites B e C são realizados pelo SAE e por todas as unidades de
atenção primária à saúde.
Hepatite B
É uma doença infecciosa que
agride o fígado, sendo causada pelo vírus B da hepatite (HBV). O HBV está
presente no sangue e secreções, e a hepatite B é também classificada como uma
infecção sexualmente transmissível. Inicialmente, ocorre uma infecção aguda e,
na maior parte dos casos, a infecção se resolve espontaneamente até seis meses
após os primeiros sintomas, sendo considerada de curta duração. Essa resolução
é evidenciada pela presença de anticorpos chamados anti-Hbs.
Contudo, algumas infecções
permanecem após esse período, mantendo a presença do marcador HBsAg no sangue.
Nesses casos, a infecção é considerada crônica. O risco de a infeção tornar-se
crônica depende da idade do indivíduo.
A Hepatite B tem tratamento.
Atualmente temos cadastrados em nosso serviço 39 pacientes com diagnóstico de
hepatite B crônica. Esses pacientes fazem a retirada de medicamento,
aproximadamente a cada 30 dias.
Hepatite C
A hepatite C tem tratamento e
cura. O tratamento é feito com antivirais, geralmente por 12 semanas e a taxa
de cura é acima de 95%.
De acordo com dados do Sistema
de Controle Logístico de Medicamentos (Siclom), no terceiro quadrimestre de
2024, 16 pessoas foram diagnosticadas com hepatite C e iniciaram o tratamento
no município. No total foram 46 casos ao longo do ano. A maior prevalência foi
no sexo masculino. Não há gestantes com hepatite C em acompanhamento no
serviço.
Sífilis
Durante o ano de 2024, tivemos
um total de 89 casos de sífilis. A sífilis é uma infecção bacteriana aguda que
tem tratamento e cura. O teste rápido, que está disponível em todas as unidades
de atenção primária e maternidade, é a principal forma de diagnóstico. No
último quadrimestre, foram notificados 89 casos de sífilis adquirida, sendo a
maior prevalência no sexo masculino.
Na gestação, a sífilis pode
apresentar consequências severas, como abortamento, prematuridade,
natimortalidade, manifestações congênitas precoces ou tardias e morte do
recém-nascido.
Desde o ano passado, foi
instituído o Comitê de Investigação para Prevenção da Transmissão Vertical de
HIV, Sífilis e Hepatites B e C. O comitê contribui para a melhoria da
informação, permitindo avaliar os resultados da assistência prestada à gestante
no pré-natal, parto e puerpério.
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