Março é o mês dedicado à
conscientização sobre o câncer colorretal, uma das neoplasias mais frequentes
no Brasil, e, neste dia 27, é lembrado o Dia Nacional de Combate à doença. O
número estimado de casos novos de câncer de intestino para o Brasil, para cada
ano do triênio de 2023 a 2025, é de 45.630 casos, sendo 21.970 entre os homens
e 23.660 entre as mulheres. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer
(INCA).
Médico do Centro de Terapia
Oncológica (CTO) de Petrópolis, Julio Vieira de Melo explica que diversos
fatores de risco estão associados ao câncer colorretal. "A incidência
aumenta conforme a idade do paciente. Dietas pobres em fibras e ricas em
gordura podem elevar o risco, assim como o sedentarismo e a obesidade. Além
disso, o histórico familiar de câncer colorretal é um fator que aumenta significativamente
a predisposição à doença", destaca o médico.
Os sintomas do câncer
colorretal podem ser sutis ou mais evidentes. Entre os sinais de alerta,
segundo o médico, estão o desconforto abdominal persistente, alterações no
hábito intestinal — como diarreia em pessoas que costumam ser mais constipadas
e vice-versa — e sangramento nas fezes. "Outro sinal que merece atenção é
o desenvolvimento de uma anemia crônica ou perda de peso sem causa aparente. É
importante que qualquer alteração desse tipo leve o paciente a buscar avaliação
médica", afirma.
O diagnóstico do câncer
colorretal é feito, principalmente, por meio da colonoscopia ou da
retossigmoidoscopia. A colonoscopia é considerada o padrão ouro, pois permite
visualizar diretamente o interior do intestino, identificar lesões e coletar
material para biópsia. "A detecção precoce é fundamental. Quando o câncer
é diagnosticado em estágios iniciais, as chances de cura aumentam
consideravelmente", reforça Julio.
Outros exames que podem
auxiliar na detecção incluem a tomografia, que pode identificar uma massa no
intestino, e a ressonância magnética, que pode apontar alterações no reto.
Esses exames costumam ser utilizados como um primeiro passo para indicar a
necessidade de uma colonoscopia ou retossigmoidoscopia para confirmação do
diagnóstico.
O tratamento do câncer
colorretal depende da localização do tumor. "Quando o tumor é identificado
no cólon e não causa obstrução, o primeiro passo é a retirada da lesão por meio
de cirurgia, seguida de quimioterapia para reduzir o risco de
recorrência", explica o médico.
No caso do câncer de reto, o
tratamento geralmente começa com uma abordagem neoadjuvante, que envolve a
combinação de radioterapia e quimioterapia antes da cirurgia. Em casos mais
avançados, terapias-alvo, como anticorpos que inibem o crescimento de vasos
sanguíneos, podem ser utilizadas para aumentar a resposta ao tratamento. “A
imunoterapia também vem mostrando eficácia em alguns casos, especialmente
quando há instabilidade microsatélite na lesão, o que pode ser detectado por
meio de um exame de imunoistoquímica feito no material da cirurgia”, diz Julio.
A prevenção é um dos
pontos-chave no combate ao câncer colorretal. "Quando conseguimos detectar
uma lesão pré-maligna, como um adenoma ou pólipo, e removê-la antes que ela se
torne maligna, estamos efetivamente prevenindo a doença. É por isso que
recomendamos que pessoas entre 45 e 50 anos conversem com seus médicos sobre a
necessidade de uma colonoscopia de rastreamento. Esse exame pode identificar
alterações precoces e permitir uma intervenção antes que o câncer se
desenvolva", conclui o médico do CTO.
Postar um comentário
Gostou da matéria? Deixe seu comentário ou sugestão.