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Foto: Reprodução Web |
A cidade de Miguel Pereira se
prepara para viver um dos momentos mais marcantes de sua programação cultural:
a tradicional encenação da “Paixão de Cristo”, que acontece na próxima
sexta-feira, 18 de abril, às 20h, na praça central da cidade. O espetáculo, que
tem se firmado como referência regional durante a Semana Santa, ganha fôlego
renovado sob a direção do artista petropolitano Rodolfo Medeiros, que há quatro
anos conduz a montagem com uma abordagem sensível, contemporânea e
profundamente emocional.
Nesta edição, a encenação
contará com a participação de mais de 50 atores em cena, todos de Petrópolis, além
de figurinos ricamente elaborados e projeções cenográficas que recriam a
atmosfera de Jerusalém e Roma antigas, promovendo uma imersão visual que alia
realismo e simbolismo. O espetáculo se destaca ainda pelo rigor técnico e pela
entrega dos intérpretes, que transportam o público para os últimos momentos da
vida de Jesus com intensidade dramática e grande impacto estético.
“Queremos que cada pessoa
presente se sinta parte da história, que se emocione com os símbolos da fé
cristã e, ao mesmo tempo, enxergue nessa narrativa uma metáfora atual sobre
compaixão, coragem e transformação”, afirma o diretor Rodolfo Medeiros. “Mais
do que uma tradição, “A ‘Paixão de Cristo’ é um rito coletivo que fala sobre
humanidade, sobre nossos medos e esperanças. A arte tem o poder de
ressignificar essas histórias, e é isso que buscamos fazer aqui.”
Entre as inovações deste ano
está a presença da Orquestra do Centro de Artes Suzuki, que se apresentará ao
vivo sob regência de Fátima Brasil e Celina A. Vettore Maydana, reforçando a
dimensão sensorial da montagem com uma trilha sonora original e comovente. A
música, cuidadosamente integrada às cenas, amplia a dramaticidade e fortalece o
vínculo emocional com o público.
O evento é totalmente gratuito
e aberto ao público, com classificação livre, reafirmando o compromisso da
Prefeitura de Miguel Pereira e da produção com a democratização do acesso à
cultura e à arte. Durante uma hora e meia, a praça central se transforma em um
grande palco a céu aberto, onde fé, emoção e arte se entrelaçam.
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Direção, elenco e orquestra |
Uma superprodução a céu
aberto
O espetáculo se destaca não
apenas pela beleza visual, mas também pela estrutura técnica e elenco. São
dezenas de profissionais mobilizados — entre técnicos, figurinistas,
iluminadores e músicos — em uma verdadeira operação cultural colaborativa.
“A cada ano, buscamos
aprimorar a encenação, incluindo novos recursos, abrindo espaço para talentos
locais e profissionais da região, e mantendo sempre o respeito à história e à
espiritualidade desse momento. Este é um projeto que une fé e cultura, e isso
tem um valor imenso para todos nós”, destaca Medeiros.
Sobre o diretor
Rodolfo Medeiros é um nome
consolidado no cenário cultural da Região Serrana. Formado pela Escola Le Monde
de Teatro, atua como ator, diretor, cineasta, produtor e professor, dirigindo o
Curso Técnico em Teatro do Instituto Técnico do Brasil. É também o idealizador
do Festival FEESPE (Festival de Esquetes e Espetáculos de Petrópolis),
iniciativa voltada à valorização de novos talentos. Com uma carreira pautada
pela inclusão e diversidade, dirige a Cia. Somos 21, formada por atores com
Síndrome de Down, e atualmente assina a direção de dois projetos audiovisuais:
o documentário Cidade Esquecida, que retrata a realidade de moradores em
situação de rua de Petrópolis e o curta-metragem Marcação Cerrada, com elenco
formado por pessoas com deficiência intelectual, sendo este último indicado ao
Prêmio Maestro Guerra Peixe de Cultura, na categoria audiovisual.
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