O diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA)  pode fazer toda a diferença para o desenvolvimento da criança. Por isso, é muito importante estar atento aos primeiros sinais. De acordo com a Dra. Bianca Aparecida, neuropediatra do Hospital Santa Teresa, a falta de intervenção adequada ainda no início da vida pode acarretar grandes dificuldades na aquisição da linguagem, aprendizagem e capacidade de interação, comprometendo a autonomia do indivíduo: “o diagnóstico precoce é fundamental para o prognóstico a longo prazo, pois aproveita a janela de oportunidades e a plasticidade cerebral que é maior aos 36 meses de vida, onde o cérebro apresenta uma grande capacidade de se readaptar e se modificar diante de estímulos novos”, explica. 

 

Nos primeiros dois anos de vida, os pais devem ficar atentos a alguns sinais de alerta para o TEA, como: 

 

  • 6 meses: pouca expressão facial, baixo contato ocular, ausência de sorriso social e pouco engajamento sociocomunicativo. 
  • 9 meses: ausência de troca de turno na fala, ausência de balbucio e falta de resposta quando a criança é chamada pelo nome. 
  • 12 meses: não falar nenhuma palavra, não apresentar gestos convencionais (como mandar beijo e tchau) e ausência de atenção compartilhada. 
  • Período pré-escolar: dificuldade de interação social, tendência ao isolamento social, ausência de comunicação verbal, não verbal ou gestual, presença de estereotipias motoras, rigidez de pensamento, aderência inflexível à mudança de rotina, seletividade alimentar e brincar não funcional.

Porém, quando seria necessário procurar um médico especialista? Segundo a neuropediatra do Hospital Santa Teresa, assim que houver algum sinal de alerta no desenvolvimento neuropsicomotor da criança, os pais devem solicitar a avaliação do pediatra geral. Assim, após a avaliação e preenchimento de escalas padronizadas de triagem para o TEA, o pediatra vai encaminhar o paciente para um especialista, como um neurologista ou psiquiatra infantil. 


Em relação ao tratamento adequado, a médica destaca a importância do cuidado multiprofissional: “a intervenção multidisciplinar é o padrão ouro para o tratamento do TEA, pois auxilia na aquisição da habilidade social, da linguagem verbal e não verbal, modifica comportamentos disruptivos e inadequados, ajuda no padrão do sono, melhora a coordenação motora, a seletividade alimentar e o prognóstico a longo prazo. As atividades incluem estimulação com psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, musicoterapia, psicopedagogia e psicomotricidade. Essas atividades impactam positivamente o desenvolvimento, visto que atua em várias áreas do desenvolvimento, melhorando a comunicação social e o comportamento estereotipado”, conclui a Dra. Bianca.

 



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